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Piloto do INEM recusou aterrar. Homem espancado por ex-patrão acabou por morrer na ambulância

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Tiago Petinga / Lusa

O helicóptero do INEM que deveria ter transportado um homem de 50 anos brutalmente espancado em São João da Pesqueira recusou, por duas vezes, aterrar em campos de futebol mais próximos do local onde se encontrava a vítima. Foi desmobilizado antes de socorrer o homem, que morreu na ambulância.

As primeiras equipas de emergência a chegarem ao restaurante Sobreiro, em São João da Pesqueira, no domingo à noite, alertaram que Mário Feição teria lesões graves na cabeça e abdómen, depois de ter sido agredido pelo ex-patrão quando lhe pediu o salário de mil euros em atraso, noticiou a SIC Notícias, citada pelo Observador esta quarta-feira.

Foi ativada uma ambulância e helicóptero do INEM de Moimenta da Beira, mas a ambulância não conseguiu entregar a vítima das agressões à equipa que seguia no helicóptero porque Mário Feição morreu durante a viagem que durou mais de meia-hora.

O piloto do helicóptero recusou aterrar no campo de futebol da Beselga, em Penedono, e no campo de futebol de Sernancelhe e propôs uma aterragem no heliporto certificado dos bombeiros de Aguiar da Beira.

Carlos Silva, presidente da Comunidade Intermunicipal do Douro, questiona o presidente do INEM se todos os lugares têm de ser certificados para receber um helicóptero e, se assim for, exige que se “certifique cada centímetro deste país”, para garantir que as localidades do interior conseguem ter acesso aos serviços de emergência.

O presidente do INEM diz que a decisão de aterragem cabe ao piloto.

A vítima acabou por morrer na ambulância que tentava chegar ao ponto de encontro com o helicóptero e o óbito declarado pelo médico que acompanhava Mário Feição. O helicóptero foi desativado, assim como a resposta que já estava preparada no Hospital de Vila Real.

O homem de 50 anos foi espancado brutalmente por um antigo patrão, de 30 anos, quando lhe exigiu que pagasse o salário de mil euros em dívida.

TP, ZAP //

13 Comments

    • Menos!…
      Assassino é o “animal” que espancou o homem.
      Morrer no heli ou na ambulância, vai dar ao mesmo e, o piloto é que decide se aterra ou não – senão, em vez de uma vítima, pode haver muitas!…

  1. Ana Isabel, já alguma vez pilotou uma aeronave? Sabe que não se aterra em qualquer lado, certo? Sabe as condições da pista improvisada? Sabe as condições meteorologicas do momento? Sabe que obstaculos existiam? Isto não é só querer… Falar com o rabinho no sofá é fácil

    Maldita internet que mudou o direito de opinião para o dever de opinião.

    • Os helicópteros foram adoptados em todo o mundo pela flexibilidade e capacidade de chegar a lugars onde, de outra forma não é possível.
      Ora, um campo de futebol, por pequeno que seja consegue conter um heli do INEM, que não é o “mair do mundo” e não me consta que nestes últimos dias tenha havido tempestades em PT, a julgar pelas notícias nos jornais.

      O piloto tem o direito – mais, o dever – de manobrar em segurança, para si, para a tripulação e obviamente para o paciente, mas neste caso cheira-me a “birra”. (já não quero dizer incompetência – visto como se fazem os concursos públicos)

    • Não sei se a Ana Isabel pilotou alguma aeronave! Mas eu já! E se não aterrou APENAS porque não era um heliporto certificado, como indicia a notícia… então o piloto deveria ser acusado de crime!!
      E é exactamente porque um helicóptero pode aterrar praticamente em qualquer lado, ou mesmo apenas pairar se o toque no solo for inviável, é que o INEM tem helicópteros e não aviões!
      E para si “Cidadão Preocupado”: a internet não é maldita! Mas sim as opiniões “malditas” que lá são expressas, por direito ou dever, principalmente quando baseadas no insulto infundado!

    • A A1, só por acaso, é certificada para o Heli do INEM aterrar? No caso do transporte do Santana Lopes, FERIDO LIGEIRO, aquando do acidente na A1, não houve obstáculos à aterragem – talvez seja mais fácil aterrar na A1 que num futebol de 11, a não ser que a relva estivesse por cortar.

    • Se não estao reunidas as condições necessárias para o helicóptero aterrar porque se perdeu tempo em chamá-lo.
      Por onde anda a responsabilização neste país???

  2. Era engraçado ver estes “pilotos” a operarem em zona onde existem conflitos militares. A só quererem aterrar em sítios certificados para o efeito. A terem que parar de voar para beber a chazinho das 17h, ou para beber uma loirinha fresquinha quando tivesse muito calor. À, e já agora, o inimigo ter completamente de parar de abrir fogo na altura em que eles quisessem aterrar.

    • Cada caso em seu enquadramento.
      Em cenário de guerra há protocolos de segurança específicos. Em emergência médica haverá outros. um piloto deses
      Talvez os campos fossem em terra batida, o que poderia não permitir a operação da aeronave devido às poeiras levantadas.

  3. A mim cheira me mais a birra do piloto que outro fator qualquer se fosse para salvar a vida a alguém importante aí até se aterra em autoestradas acho que se deve investigar sim a determinar o porquê de não aterrar ou não poder, quanto ao ex patrão parece me um caso de mais um caloteiro que não paga e não gosta de ser chamado de caloteiro. Espero que seja condenado e já agora se caloteiro também devia ser considerado crime, na minha humilde opinião claro

  4. Vejam no mapa…
    https://www.google.pt/maps/dir/Moimenta+da+Beira,+Portugal/Restaurante+%22O+Sobreiro%22,+CM1122,+Portugal/40.9347744,-7.4300593/40.9034258,-7.4782732/Bombeiros+Volunt%C3%A1rios,+Aguiar+da+Beira,+Portugal/@40.9331372,-7.4895529,11.5z/data=!4m22!4m21!1m5!1m1!1s0xd3ca62d69d027c9:0x5792e6b999391055!2m2!1d-7.6139233!2d40.9817183!1m5!1m1!1s0xd3b66af2557e315:0x3a3bd8453c018359!2m2!1d-7.3737973!2d41.0961737!1m0!1m0!1m5!1m1!1s0xd3cbbea516404bf:0x95779cbc1d863c53!2m2!1d-7.5373153!2d40.8174358!3e0

    Os campos de futebol são relvados, mas há muitas outras variáveis.
    Dependendo da posição de origem do helicoptero e da posição da ambulância quando o helicoptero foi chamado, a sugestão do piloto poderia até resultar num tempo de viagem menor.
    A deslocação por estrada dos locais de aterragem recusados até ao local sugerido demoraria talvez 20 minutos (19km).
    A deslocação de helicoptero até ao Vila Real demoraria talvez 20 minutos com origem em qualquer dos locais de aterragem mencionados.
    O trajeto total da ambulância teria uma pequena variação apenas 103km (sugestão do pilito) VS 89km (locais recusados).
    Provavelmente a vítima morreria no helicoptero ou na chegada ao hospital de qualquer forma.
    Por fim, do local do crime até aos locais de aterragem sugeridos a viagem demoraria cerca de 40 minutos, e na notícia
    menciona-se que a vítima morreu na viagem de mais de 30 minutos, pois nesse caso a vitima nem chegaria viva aos locais sugeridos, seria bom que se explicasse em que local do trajecto é que a vítima faleceu.
    Parece-me que alguém quer queimar a imagem dos helicópteros do INEM ou então vender notícias…

    • As suas contas estão provavelmente certas!!! E penso que deverão ter levado mais do que 30 ou 40 minutos a fazer, mais o tempo que demorou a pensar no assunto!!
      Em situações de emergência não há esse tempo para todas essas contas e cálculos! Pode ser que não se tomem as melhores decisões, mas… sejam quais forem terão de ser rápidas!!!
      Não sei se o helicóptero foi, ou não, a melhor opção! Nem vou pensar sobre isso! Mas não tenho muitas dúvidas que a partir do momento em que foi chamado (mal ou bem!) e depois se recusou a aterrar aparentemente por razões fúteis, há base para ser considerado crime! Não me parece que alguém queira queimar a imagem do INEM! Mas se alguém, seja do INEM, ou seja donde for, tomou uma má decisão… tem de ser responsabilizado por isso!

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