Centeno: o pico das taxas de juro ainda não chegou. “Então o que estamos aqui a fazer?”

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Manuel de Almeida / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno

Numa das taxas Euribor, o pico já terá passado. Mas nas outras duas, os valores máximos ainda estarão para chegar.

As taxas de juro são um dos assuntos do momento. Não só em Portugal, mas também em Portugal.

Com o cenário que conhecemos – guerra na Ucrânia, pressão nos mercados, inflação – os valores têm atingido máximos históricos.

Ainda há duas semanas, o Banco Central Europeu anunciou mais uma subida das taxas de juro, em 50 pontos base.

Essas decisões têm consequências, entre outros contextos, nos juros relacionados com crédito à habitação. Por cá, houve prestações da casa a subir cerca de 300 euros, quer em Março, quer agora em Abril.

Os portugueses começam a “rezar” pelo abrandamento destes aumentos. E esse cenário estaria para breve, mas o corte na produção de petróleo nalguns dos países mais exportadores mudou as expectativas.

Nas taxas Euribor a 12 meses, o pico já passou; decorreu em Fevereiro. Mas nos contratos com Euribor a três e a seis meses, os valores máximos ainda virão, mais precisamente em Agosto.

Estas foram as previsões apresentadas por Mário Centeno, nesta terça-feira.

O governador do Banco de Portugal confirmou que todos os contratos de crédito à habitação a três e seis meses já sofreram alguma actualização das taxas de juro. Nos casos de Euribor a 12 meses, metade ainda não foi revisto, cita o jornal Público.

O ex-ministro esteve no Parlamento, numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças, e indicou que a percentagem máxima na Euribor a três meses será 3,22%.

Os contratos com Euribor a três meses representam 30% do total, tal como a 12 meses. A maior “fatia” do mercado (40%) é preenchida com os contratos a seis meses.

Segundo Centeno, metade das famílias precisa de apenas 15,5% do seu rendimento líquido de impostos e contribuições para fazer face às prestações do crédito à habitação. Por isso, defende, há capacidade para combater estes aumentos.

“O risco de incumprimento é baixo, porque nunca tivemos tantos portugueses a trabalhar, e já tivemos taxas de juro mais altas e mais famílias endividadas”, assegurou o líder do banco público.

“O mercado está a antecipar uma descida todos os meses até ao final do ano e depois continuará em 2024”, descreveu Mário Centeno.

Reacções dos deputados

Esta audição na Comissão de Orçamento e Finanças foi marcada com o objectivo de avaliar a actuação da banca na renegociação de crédito à habitação e o desajustamento dos juros nos depósitos a prazo.

Com estas explicações e com os números apresentados por Centeno, indicando que a situação está controlada, as reacções de alguns deputados foram curiosas.

O que estamos aqui a fazer?”, perguntaram. Porque o cenário apresentado é “idílico”, descreve o jornal.

ZAP //

2 Comments

  1. Este indivíduo vive numa realidade paralela. Está enganado na vocação, ou talvez não, no caso de vendedor de banha da cobra. Este indivíduo tem um futuro auspicioso como filósofo, nunca como cientista ou homem dos números.

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