Portugal tem “muito potencial” para se tornar num líder de mercado na produção de baterias para carros eléctricos, graças às suas ricas reservas de lítio, o chamado “petróleo branco”. Mas não se pense que o lítio “vai fazer de Portugal uma economia rica”, alerta um especialista.
Martim Facada, especialista português em lítio do grupo Metal Bulletin, que avalia as cotações mundiais de minerais e metais, considera que a exploração de lítio vai criar “emprego qualificado e desenvolver as regiões em torno das minas”, mas “não vai fazer de Portugal uma economia rica”, alerta em entrevista ao Dinheiro Vivo.
“Portugal ainda está numa fase júnior na exploração de lítio, mas tem muito potencial“, considera o especialista numa altura em que o preço do quilo do carbonato de lítio, que é usado nas baterias eléctricas, se situa nos 23,30 dólares, escreve o jornal online.
Este valor elevado, que triplicou nos últimos anos, foi impulsionado pelo incremento na produção de carros eléctricos. E é neste âmbito que Martim Facada acredita que Portugal se pode tornar numa potência.
Mas para isso é preciso que haja “um acordo entre uma empresa que explore lítio em Portugal com uma fabricante automóvel“, cenário que poderá permitir depois “construir fábricas no país”, constata.
“Com os preços altos, os investidores estão interessados em aplicar alguns milhões no desenvolvimento de uma mina para depois, por exemplo, assinarem um contrato com fabricantes automóveis, como a BMW, Volkswagen, Mercedes ou Renault, e venderem em exclusivo os derivados de lítio com grau bateria”, explica o analista.
Martim Facada prevê que, nos próximos anos, “os grandes produtores vão continuar a ser chineses, mas a Europa já está a acordar e o mercado vai ganhar relevância”. “França e Alemanha tomaram medidas no ano passado, o que é bom para Portugal, porque está próximo dos consumidores“, considera.
O Governo português está a tentar estimular o sector e tem previsto lançar, até ao final de Junho, os primeiros concursos públicos para a exploração de lítio em Portugal.
A febre do chamado “ouro do século XXI” já originou uma guerra entre uma empresa portuguesa e uma australiana, por divergências quanto ao direito de exploração do lítio, que continua em tribunal.
OMG
O mais provável será ficarmos pela exploração em mãos estrangeiras e todo o minério sair porta fora sem que mais riqueza produza no nosso país, normalmente é assim que os políticos portugueses defendem os nossos interesses.
A nova africa. Ficamos sem recursos, para depois compramos os produtos que os usam, caros.
É melhor se apressarem, porque já estão em desenvolvimento novas tecnologias que vão substituir o lítio nas baterias e que serão bem mais eficientes!
A fabricação e reciclagem de baterias é ainda mais poluente que milhões de veículos a combustível, daqui a uns tempos também ficará notável..
A reciclagem e construção de baterias é muito poluente mais que milhões de veículos daqui a uns tempos também ficará notável..
Estou completamente de acordo com o que escreveu, mas pecou não por excesso mas por defeito. Uma das principais preocupações de muitos países industrializados tem sido a reciclagem das pilhas e baterias para retirar os metais pesados (venenosos – mercúrio, cádmio, …) da Natureza e possivelmente reutilizá-los. Portugal exporta pilhas e baterias (não de chumbo pois essas há muitos anos que as sabemos reutilizar) mas as novas alcalinas e as de polimeros de lítio e afins, que ardem nos telemóveis sem razões concretas. O futuro só poderá estar aí depois de ciclo de consumo e reciclagem, coisa que ainda não está.