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“A pequena Milão portuguesa”. Idães é o maior foco de infeção por coronavírus em Portugal

Maxim Shipenkov / EPA

O maior foco de coronavírus em Portugal localiza-se em Idães, no concelho de Felgueiras. Ao todo são 15 casos confirmados e quase 200 pessoas em isolamento.

Idães é uma freguesia no concelho de Felgueiras e, se até há pouco tempo era um nome desconhecido aos portugueses, agora tem reunido a atenção de todos. Com 15 casos confirmados e quase 200 pessoas em isolamento, Idães é já o maior foco de infeção por coronavírus em Portugal e há já quem lhe chame “a pequena Milão portuguesa”.

Tudo terá começado com um funcionário de uma empresa de Lousada, que esteve numa feira de calçado em Milão e que terá estado em contacto com a comunidade da Escola Básica e Secundária de Idães.

Isto começa a ser assustador. Não queria com isto alarmar mas realmente, queria pedir às pessoas, toda a gente que tenha os sintomas, que fiquem em quarentena, liguem para a Saúde 24 imediatamente para que isto não se propague”, apelou a presidente da junta de freguesia, Palmira Faria, em declarações à TSF.

Os efeitos colaterais já começaram a fazer-se sentir nesta pequena freguesia de Felgueiras. Uma escola, a biblioteca e a piscina já foram encerradas pelo município por prevenção. O presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, Nuno Fonseca, garante que o acompanhamento está a ser feito “hora a hora com a Direção Geral de Saúde, o ACES [agrupamento de centros de saúde] e a senhora ministra [Marta Temido]”.

De acordo com o JN, o autarca realça ainda que estas medidas não têm prazos definidos e serão acompanhadas e revistas sempre que se justifique.

Nuno Fonseca pediu “serenidade e tranquilidade” à população e reiterou o apelo de Palmira Faria, para que em caso de suspeitas, as pessoas não se desloquem aos hospitais ou aos centros de saúde e entrem em contacto com a Linha SNS24.

O farmacêutico Alexandre Freitas, dono de uma farmácia em Idães, diz que os locais estão “preocupados mas não tanto quanto deviam”.

“Evidentemente que se nota que as pessoas estão um pouco atrapalhadas, vêm comprar álcool etílico a 70%, pedem máscaras mas é como se não estivesse a acontecer nada de muito grave quando na realidade nós temos mais casos aqui do que no país todo. As pessoas nem sequer sabem quantos casos temos, não estão informadas“, disse o farmacêutico ao jornal Expresso.

“Passamos nas grandes superfícies e aquilo está cheio, as pessoas deviam permanecer mais tempo em casa, sair quando é necessário só“, aconselhou ainda.

Os negócios locais e a economia também podem vir a sair lesados desta situação. “Está muita coisa fechada por causa do vírus“, conta Joaquim Ferreira Pinto, um empresário da área do calçado, que também esteve em Milão. Mas o pior pode ainda estar para vir.

“Há apenas uma fábrica fechada e mesmo assim foi complicado para que o patrão conseguisse convencer os delegados da saúde dar baixa às 64 pessoas. Queriam que a fábrica funcionasse com 41 pessoas e mandar para casa apenas 20. Ora uma fábrica de calçado tem uma linha de montagem, não pode funcionar com metade da força. Além disso, quem diz que os 41 não têm o vírus?”, questionou o empresário.

ZAP //

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