ZAP // Miguel A. Lopes, António Cotrim, António Pedro Santos, Tiago Petinga, Miguel Pereira da Silva / Lusa

Caso PS, Livre, PCP, BE e PAN tivessem concorrido juntos às eleições — uma ideia que já tinha sido referida por Rui Tavares — teriam conseguido tirar 5 deputados ao Chega e 8 à AD.
A dispersão do voto à esquerda nas últimas legislativas portuguesas resultou numa perda significativa de mandatos que, caso os partidos tivessem concorrido em coligação, poderiam ter sido retirados à direita.
Segundo uma análise feita pelo Observador, uma coligação entre PS, Livre, Bloco de Esquerda, PCP e PAN teria conseguido “roubar” 5 deputados ao Chega e 8 à AD. O impacto desta ausência de união foi particularmente visível em círculos como Braga, Aveiro, Faro, Setúbal e Lisboa.
A aplicação do método de Hondt, que favorece coligações em distritos com menor número de mandatos, mostra que a falta de coordenação teve um custo político concreto. Em Braga, apenas a junção do PS com o Bloco e o Livre teria sido suficiente para subtrair um deputado ao Chega. Já em Aveiro, a inclusão do PCP seria necessária para alcançar o mesmo feito.
O caso de Faro destaca-se pela queda do PS para o terceiro lugar, com o Chega a liderar o círculo com 4 deputados, a AD a ficar com 3 e o PS com 2. Uma coligação à esquerda teria equilibrado a distribuição de mandatos entre as três forças, com a esquerda a ficar com um deputado do Chega.
Em Setúbal, bastião histórico da esquerda, o Chega conseguiu seis deputados. Com uma coligação abrangente, as esquerdas poderiam ter conquistado dois desses lugares — um ao Chega e outro à AD.
Lisboa, o círculo mais representativo, exige a inclusão do PAN na coligação para produzir efeito. Neste cenário, a esquerda unida poderia ter conquistado 20 mandatos, retirando um ao Chega e um à AD.
Além dos cinco mandatos que a coligação das esquerdas poderia roubar ao Chega, haveria oito distritos em que conseguiriam retirar deputados à AD: Beja, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal e Açores. No total, as esquerdas coligadas alcançariam 82 mandatos, superando os 81 da AD e reduzindo significativamente a vantagem do Chega.
Já uma eventual coligação pré-eleitoral entre AD e IL não faria diferença para a obtenção de uma maioria. Em 2025, essa união teria efeito em dois círculos — Porto e Portalegre — resultando na eleição de mais um deputado por cada distrito. No Porto, o Livre perderia um lugar; em Portalegre, a coligação conseguiria eleger Castro Almeida e “roubar” um lugar ao PS.
ELEIÇÕES – Chega de lamentações , acabou-se a incompetência. Não adianta ” chorar o leite derramado ” , o poderiam , o ” tiraria ” é fruto de decadência política ultrapassada e coligações oportunistas que só levam ao atraso de Portugal ; os tempos mudaram e os imbecis não perceberam . E vem mais mudanças !!! É o que diz joaoluizgondimaguiargondim – [email protected]