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Pedro Nuno quer tirar carros das estradas (e que viagens de avião com menos de 600 quilómetros desapareçam)

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António Cotrim / Lusa

O ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos.

Esta segunda-feira, foi lançado o Plano Ferroviário Nacional (PFN) numa sessão pública organizada no LNEC-Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que deverá estar concluído em março de 2022.

Na apresentação, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse ser imperativo “tirar carros e camiões das estradas e auto-estradas porque isso representa um ganho do ponto de vista ambiental, macro-económico e social”.

Segundo o governante, citado pelo jornal Público, o comboio deve chegar ao centro das cidades, tal como acontece nos Países Baixos, Suíça e Bélgica, onde as redes ferroviárias estão bem desenhadas e as pessoas usam abundantemente aquele modo de transporte.

Pedro Nuno Santos disse ainda não compreender como é que a principal componente das importações portuguesas são os combustíveis fósseis e o país, que tem energias renováveis, não tem ainda a rede ferroviária eletrificada e continua a gastar gasóleo nos comboios.

O ministro queixou-se ainda dos debates das últimas décadas sobre ferrovia, sobretudo na insistência de “pessoas que não percebem nada do assunto” e defendem a bitola europeia “É um tema que não merece mais do que cinco segundos. Basta passar a fronteira e ver que os nossos vizinhos espanhóis não estão a migrar a bitola”, disse.

Pedro Nuno mostrou também a sua perplexidade por o plano de João Cravinho não ter sido “o plano já implementado” em Portugal. O então ministro das Obras Públicas defendia o “T deitado”, uma linha de alta velocidade Lisboa–Porto com saída a meio para Madrid.

O governante disse também esperar, enquanto “adepto da ferrovia”, que as viagens de avião com menos de 600 quilómetros desapareçam da Europa. “Eu que sou muito adepto da ferrovia e quero que a ferrovia se expanda […] e também quero que as viagens de avião com menos de 600 quilómetros desapareçam da Europa”, afirmou.

Neste sentido, o ministro lamentou que os aviões “deixem de fazer” a ligação Lisboa-Porto, mas classificou esta possibilidade como “um sinal de desenvolvimento”.

Na segunda-feira, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse que o PFN vai incluir o objetivo de ligação ferroviária a todas as capitais de distrito e de ligação dos terminais de mercadorias aos portos e terminais logísticos. Nos transporte de passageiros, a prioridade é aumentar a densidade da rede e encurtar os tempos de viagem entre os diversos destinos.

ZAP // Lusa

 

2 Comments

  1. O menino é adepto da ferrovia. É pena é que não consiga brincar com a ferrovia nem com os outros transportes de modo a funcionarem bem.

  2. “Primeiro destroi-se, depois constroi-se”. É este o slogan dos sucessivos malfeitores que nos andam a (des)governar. Ou seja, transformaram a ferrovia em “ecopistas” e agora, com um enorme desplante, vêm com a conversa da viúva ofendida. Se queriam uma rede ferroviária, porque é que destruíram a que tinhamos? Estes “tipos” mereciam uma medalhinha, não?

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