“Não fui. Ponto final” – Pedro Nuno não gostou da “vitimização” de Montenegro

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António Pedro Santos / EPA

Pedro Nuno Santos (PS) na noite das eleições legislativas 2024

Até parece que o PS “está obrigado a suportar o seu Governo”. O líder socialista avisa: a AD está a preparar-se para não cumprir promessas.

Pedro Nuno Santos não foi à tomada de posse do novo Governo mas ouviu o discurso de Luís Montenegro – e não gostou do que ouviu.

O secretário-geral do PS, que é um homem de acções, de avanços, ouviu um discurso de um “Governo da vitimização e do queixume”, em vez do que é necessário: “Precisamos de um Governo que governe”.

Pedro Nuno disse que o novo primeiro-ministro apresentou um discurso “sem visão, ambição ou desígnio para Portugal”.

E acha que Montenegro se focou “mais na oposição do que em Portugal”, muito preocupado com a “construção de narrativa para campanha eleitoral”.

Luís Montenegro abordou várias vezes o que espera do PS, sugerindo por exemplo que os socialistas definam se vão ser oposição ou bloqueio, e esperando que deixe o Governo “executar” o seu programa.

O líder do PS não gostou – nem tem medo – desta “chantagem” e avisa: “Os líderes da AD não podem, numa posição de arrogância, achar que o PS está obrigado a aprovar, sustentar e viabilizar um governo do qual o PS discorda. Não vai ser nunca esse o nosso papel“.

“Se o ‘não é não é para levar’ de Luís Montenegro a sério, o que disse na noite eleitoral será também para levar a sério. O PS será oposição” e não vai ser “bengala”, continuou.

E atirou: do ponto de vista programático, “há mais semelhanças” entre o programa da AD com o programa do Chega do que com o programa do PS.

Pedro Nuno Santos repetiu que muito dificilmente o PS vai viabilizar o Orçamento do Estado.

Também criticou a mudança no discurso do adversário: “A teoria dos cofres cheios resultou de campanha de eleitoral em que AD prometeu tudo a todos. Hoje assistimos a preparação de terreno político para não cumprir promessas”, considera.

Pedro Nuno Santos não foi à tomada de posse do novo Governo. Porquê? “Não pude estar presente. Alexandra Leitão representou o PS. Não dá para tirar mais nenhuma conclusão do que simplesmente isso. Não pude estar presente. Ponto final“.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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