“Pedido urgente”: faltam funcionários nas creches privadas

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Estabelecimentos de ensino com salas fechadas por causa da pandemia. Carta enviada ao Governo apresenta carácter de urgência.

A COVID-19 está a originar o encerramento de muitas salas de estabelecimentos de ensino, incluindo creches privadas – que depois não conseguem substituir os funcionários isolados.

Por isso, a Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP) apresentou um “pedido urgente” ao Governo: apoio ao reforço de emergência nas instituições privadas ligadas ao ensino.

Numa carta aberta, à qual o jornal Observador teve acesso, lê-se que ao longo da semana passada o coronavírus infectou “em grande escala” crianças, jovens e profissionais de educação: “E quando são infectados vários profissionais, nomeadamente da mesma sala (como tem vindo a acontecer), torna-se humanamente e tecnicamente impossível manter as salas abertas, por insuficiência de recursos“.

Três soluções poderiam ser implementadas mas nenhuma delas é a ideal.

A primeira seria colocar os alunos da sala encerrada noutras salas – mas esta alternativa aumenta o risco de contágio e aumenta a “dose” de trabalho dos profissionais que continuam na creche.

Por isso, o melhor seria contratar pessoas desempregadas que aceitariam trabalhar durante o período de isolamento da pessoa afectada (7 ou 10 dias); mas esta hipótese “nunca é uma resposta imediata”, devido ao processo de recrutamento, e é “difícil de conseguir” porque os desempregados não querem suspender o subsídio de desemprego por tão pouco tempo – a reactivação do subsídio demora sempre algum tempo.

A terceira hipótese – e aqui está o foco desta carta – é aumentar os apoios financeiros do Estado para “reforçar o quadro de pessoal nos estabelecimentos particulares não comparticipados pelo Estado”. Para isso, são precisos “recursos financeiros adicionais que não existem (empresas no limite da sustentabilidade com gastos provocados pela pandemia e redução de receitas)”, escreve a associação.

A ACPEEP lamenta o facto de os estabelecimentos de ensino particulares terem ficado de fora da medida do Governo, de Março de 2020, que surgiu como apoio “de natureza temporária e excepcional” para equipamentos sociais e de saúde.

As medidas de emergência, no contexto de substituição de trabalhadores temporariamente impedidos de trabalhar, apresentam, segundo a associação, um “apoio quase não tem expressão: 110,80 euros por cada mês de execução do contrato”.

“Isto não responde atempadamente nem financeiramente à emergência de cada dia, que só se resolve com um reforço preventivo dos recursos humanos“, avisa a ACPEEP.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

16 Comments

  1. Claro, instituição privadas querem lucro. Quanto devem pagar para os funcionários? Vendo Portugal por aqui, não vejo uma sociedade desejada. Se a direita está superando a esquerda, ficamos mais vulneráveis à ganancia que se aproxima. Que pena. Portugal parecia um pais de ilustrados e pessoas conscientes. Está em retrocesso, como por aqui. Destruição à vista. Creches devem ser administradas pelo Estado, com subvenções próprias como deve ser também na Educação e na Saúde.

    • Ainda bem que não está por aqui. Sabe mesmo qual é a diferença entre a esquerda e a direita: é que na direita acreditamos que todos pelo seu trabalho e inteligência podem subir socialmente; na esquerda considera-se que não deve haver ricos e assim nivela-se tudo por baixo. Ficam todos pobres. Essa é a principal diferença.

      • Ledo engano.
        Ainda bem que brevemente não estarás por aqui. O povo Luzitano saberá como conduzir sua política social, só esperamos que não haja recrudescimentos. Caro;- Pelo trabalho poquíssimos conseguem subir na vida. Ao contrário que que pensas, a esquerda quer todos ricos e não apenas 5% da população mundial. O Universo ofertado por Deus deve abranger a todos e não apenas alguns “espertos”. Saia dessa teoria. O neoliberalismo já quase destrui o belo Portugal. Na ociosidade lei o magnifico libro de seu compatriota Nobel José de Saramago;- Ensaio sobre a cegueira.

      • Verdade que na direita alguns acreditam que pelo trabalho e “inteligência” podem subir socialmente. Sei disso, alguns mesmo acreditam nessa falaciosa teoria. Trabalham a vida toda e a subir na vida não chega. Muitos passam a vida construindo casas e no fim da vida morrem sem ter uma.
        Mas a segunda premissa não é verdadeira (para não dizer que é mentira ou desconhecimento). A esquerda querem todos equiparados socialmente, como no esforço feito nos países escandinavos. Ou seja, poderá não haver milionários, mas seguramente não haverá pobres. Mas lá ainda assim há milionários que são poucos e nada predadores. O Estado não deixa. Ao que consta, por lá pobres são exceções. Esta sim é a principal diferença.
        Estude mais, eu fico por aqui torcendo por você. Abs

      • O amigo anda mesmo muito baralhado. O seu primeiro comentário é atroz, tantos são os erros ortográficos aí presentes. Confesso que demorei um pouco a ler. Decididamente, falamos línguas diferentes.
        Depois refere que a esquerda não quer nivelar por baixo. Os poucos exemplos onde houve comunismo foi isso mesmo que aconteceu. No presente isso acontece quer na Venezuela quer na Coreia do Norte. Se acha o modelo económico assim tão atrativo, por que motivo não emigra para uma destas belas economias?
        Depois refere que não há casos de pessoas que tenham vencido por si próprias. Parece que todos os ricos herdaram as suas fortunas ou são ladrões. Isso demonstra bem que desconhece por completo o assunto que procura abordar. A nível nacional a maioria das melhores PMEs são de pessoas que cresceram a pulso. Não são ladrões, nem herdaram nada de ninguém. Trabalharam muito e, obviamente, algures no percurso também tiveram sorte. Mas essa também se constrói muitas vezes. Felizmente conheço uma grande maioria destas pessoas e posso dizer-lhe que, em muitos casos, houve momentos em que foi o tudo ou nada. Arriscaram tudo! Correram o risco de ficar sem nada e ainda com dívidas à banca! Tiveram tomates! Abdicaram de uma vida tranquila pelo incerto. Sei que não é para todos e, para o amigo, não será certamente. Mas felizmente nem todos pensam assim.
        Mesmo a nível internacional, por exemplo, a grande maioria dos empresários ligados às tecnologias não herdaram as suas fortunas, fizeram-nas. De resto, as grandes fortunas não costumam passar muito da terceira geração. Obviamente, há excepções. Mas costuma dizer-se no meio empresarial que a primeira geração vence todos os sacrifícios e vive exclusivamente para o trabalho, a segunda já vive a vida para além do trabalho e a terceira já só vive a vida.

  2. Claro, instituição privadas querem lucro. Quanto devem pagar para os funcionários? Vendo Portugal por aqui, não vejo uma sociedade desejada. Se a direita está superando a esquerda, ficamos mais vulneráveis à ganancia que se aproxima. Que pena. Portugal parecia um pais de ilustrados e pessoas conscientes. Está em retrocesso, como por aqui. Destruição à vista.

  3. A principal diferença está em querer viver à conta dos outros pagando salários miseráveis, a obrigar os outros a trabalhar horas extras que não são pagas, em mamar subsídios do Estado, em fugir aos impostos, em enganar a Segurança Social, etc, etc…

    • Tenho pena de ti e das tuas tristes experiências profissionais. Mas olha que felizmente nem todos têm tanto azar.
      Podes sempre criar uma empresa tua e pagar os salários que gostavas de receber. Olha, fica aí a ideia.

      • Inacreditável. Então é a sorte ou azar é que determina o capitalismo? Não tenho empresa, nem pretendo mas se tivesse, seguramente você iria receber salários condizentes com a legislação portuguesa, que suponho seja de primeiro mundo. Se não for, sugiro que lute para isso, votando em legendas da esquerda. O outro lado não pensa nisso, ou ainda você não percebeu?

      • Felizmente sou bem remunerado e sou feliz. Também trabalho para isso.

    • Por pensares dessa maneira é que és Zé Ninguém. Faz-te á vida, pega nas tuas poupanças, cria uma empresa, cria postos de trabalho e depois aí já podes avaliar o que custa ter uma empresa a pagar impostos. Dou-te só um exemplo: por cada mil euros de ordenado uma empresa paga para TSU e FCT € 247,50 vezes 14 a dividir por 11 meses de trabalho dá só um gasto mensal de € 1.587,73 . Depois tem o seguro Acidentes de Trabalho, Subsídio de Almoço, subsídio de turno, subsídio de trabalho sábados, domingos e feriados, (que eu acho justo serem pagos), etc. etc.

      • Nem porisso os empresarios portugueses estão à mingua. Ao contrário, estão muito bem. Alguns até fazem parte dos 5% da população que mais acumularam riquezas. Movimentam muito dinheiro e parte dele veem ir para o pagamento de impostos e outras exigências. Queriam tudo. Pense, por favor, Quando um Estado constituido permite que um cidadão cria uma empresa qualquer, não é pára esse empresário que tudo foi dado a ele por concessão que pode tudo. Já chega que para ter seu negócio é preciso capital. Será que foi acumulado por trabalho ou outras fontes? Então, cara português, ele pode e deve ganhar com seu negócio, mas tem que retribuir à sociedade que permitiu que pusesse investir. Já o sucesso será se tiver sorte( como disse seu conterrâneo). Pense, sobretudo estude.

  4. São sempre contra o Estado. Que´é gordo, que precia de emagrecer, tudo tem de ser privado porque o mercado resolve tudo, qual mão invisível.
    Mas quando vem borrasca todos batem à porta do Estado.
    Afinal em que ficamos?
    Se as instituições privadas não têm funcionários tem de os contratrar como faz o Estado.
    Não há no mercado? Paguem mais. É assim que funciona o mercado: para haver transacção a curva da oferta e da procura têm de se encontrar como mandam os manuais de economia.

  5. Enfim, é disto que temos…

    Será que adianta explicar ou opinar de forma construtiva nestas redes cegas, “onde se julgam as árvores a as florestas”, da mesma forma?

    Claro que não, cada cabeça cada sentença, a vida, é vista de forma diferente, mediante circunstâncias de cada um, mas, o bom senso deveria imperar!

    O que é o bom senso?

    Para além do equilíbrio, é a assertividade com que se argumenta, já que, nem todos podemos ser estado nem todos podemos ser privados (no primeiro só se formos comunas) …

    Todos foram pseudo-ajudados pelo nosso governo (embora, ainda se espere sentado que venham as ajudas) uns reclamam que foram mais prejudicados que outros, mas no fundo, a pandemia não poupou ninguém, seja particular ou empresa…

    Reclama-se ao estado, porque os privados descontam para lá, o saco é sempre o mesmo, as regalias são vantajosas, mas no final de contas, prefere-se enterrar e maldizer dos privados, esses, que fazem a economia realmente, andar…

    As exceções sempre vão haver, e os ladrões são comuns, tudo é uma questão de educação, em casa e fora dela, algo que está em desuso, numa e em outra…

    Coisas deste século…

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