O ministro da Cultura João Soares reagiu à polémica que está a marcar esta quinta-feira, depois de ter ameaçado com “bofetadas” Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente. O cronista também já se pronunciou: “Cá fico à espera das bofetadas”.
Em declarações ao Expresso, através de uma SMS, o ministro da Cultura afirma:
“Sou um homem pacífico, nunca bati em ninguém. Não reagi a opiniões, reagi a insultos. Peço desculpa se os assustei“.
A polémica acendeu-se esta manhã, quando João Soares escreveu no Facebook que gostaria de encontrar Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente, cronistas do Público, para lhes dar “salutares bofetadas” pelos artigos de opinião que escreveram no jornal.
João Soares reagia assim a um artigo de Augusto M. Seabra publicado na quarta-feira no Público, com o título “‘Tempo velho’ na Cultura“.
Contactado pela agência Lusa, Augusto M. Seabra considerou “inqualificável que, para além da ameaça de agressão física, para mais vinda de um ministro, tenha usado as redes sociais para responder, dessa forma, àquilo que é um exercício legítimo de um texto de opinião”.
Para o colunista e fundador do Público, a reação de João Soares “atenta contra a liberdade de expressão e os direitos constitucionais dos cidadãos”.
Vasco Pulido Valente, por sua vez, afirmou apenas: “Cá fico à espera das bofetadas“.
No artigo de ontem, Augusto M. Seabra afirma que “a nomeação de João Soares para ministro da Cultura foi uma surpresa que permanece inexplicável já que passados quatro meses não afirmou uma linha de ação política, tão só um estilo de compadrio, prepotência e grosseria”.
O sociólogo e crítico considera ainda que o ministro de não tem “qualificações particulares para o cargo” e acrescenta que o gabinete de Soares não passa “de uma confraria de socialistas e maçons”.
Vasco Pulido Valente, por sua vez, tinha publicado no início de março um artigo muito crítico de João Soares, afirmando que não tem por ele “qualquer respeito nem como homem, nem como político”.
No artigo, o colunista abordava igualmente o caso da substituição de Lamas no Centro Cultural de Belém, considerando que o ministro “podia ter chamado discretamente o presidente do CCB para o demitir, alegando, como está no seu direito, falta de confiança política ou pessoal”.
Na reação desta manhã, João Soares escreveu no Facebook que “em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir. Não me cruzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte”.
“Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas”, concluiu na sua publicação.
Através de Hugo Soares, vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata, o PSD disse que as declarações do ministro da Cultura demonstram que os socialistas se comportam como “donos disto tudo”, mas não exigiu a sua saída do governo, realçando que os membros do PSD que pediram a demissão de Soares atuaram apenas a título “pessoal” e “não vinculam” o partido.
O jornal i avança que o ministro não tem intenção de se demitir.
ZAP
Este João Soares herdou do pai a prepotência e dos camaradas do partido a mania do “quem se mete com o PS leva”. Um bom par de estalos precisa ele!
Já gramamos o pai agora o filho já é demais porra
Considero que se deve defender a (pouca) cultura (e uma ‘cultura de cultura’) deste nosso país de brincadeira, mas à chapada não… Humpf
No anterior governo isto não acontecia. O Ministério da Cultura era no WC do ministério das Finanças.