PCP já tem o discurso ensaiado. “Não há Orçamento porque o PS quer uma maioria absoluta”

Tiago Petinga / Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, com a bandeira de Portugal e a bandeira do Partido Comunista Português na imagem

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa

O discurso está preparado e já começa a ser ensaiado por Jerónimo de Sousa. Esta quinta-feira, em Évora, o secretário-geral do PCP justificou-se perante os seus militantes, depois de o partido ter votado contra a proposta orçamental.

Jerónimo de Sousa sustentou que o Orçamento do Estado não respondia aos “problemas mais prementes”, que não incluía as propostas do PCP e responsabilizou o PS que, segundo o secretário-geral comunista, quer ir para eleições para ter maioria absoluta.

As responsabilidades pela crise política são de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, vincou, salientando que o PCP não pretende ir a eleições.

No encerramento do debate orçamental, Costa “pediu uma maioria estável e duradoura para o PS”. “Afinal o que o PS quer é uma maioria absoluta”, argumentou Jerónimo de Sousa, citado pelo Público.

“Não há Orçamento porque o PS quer uma maioria absoluta para, sem condicionamentos, não responder aos problemas do país e poder livremente manter os seus compromissos com o défice e o grande capital em prejuízo do que interessa aos trabalhadores e ao povo. Mostra-se assim que não há Orçamento porque o PS não quis!”, sublinhou.

Sobre o voto contra, “perguntam-nos sobre se não era melhor deixar passar este Orçamento para evitar uma crise política”, mas “a questão central que presidiu à nossa intervenção foi a de saber se as opções do Governo, no Orçamento e para lá dele, dão as respostas que os problemas do país exigem, ou se, pelo contrário, permitirão que eles se agravem”

No entender do secretário-geral do PCP, o aumento do salário mínimo, a revogação da caducidade da contratação coletiva e as medidas para defender o SNS não podem provocar uma crise política.

“Não, camaradas. As propostas do PCP não transportam nem a crise, nem a instabilidade. As propostas do PCP correspondem, isso sim, às aspirações do povo e a ausência de resposta é que traz crise e instabilidade para casa de cada um”, afirmou o comunista.

“Nós fizemos o que nos competia, honrámos o património de intervenção e luta em defesa dos trabalhadores e do nosso povo. O país só não tem Orçamento porque o PS não quis”, rematou.

ZAP //

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