Passos acusa PS de seguir via do aumento do consumo e do rendimento artificial

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Walter Branco / portugal.gov.pt

Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no debate sobre o estado da Nação, Assembleia da República

Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no debate sobre o estado da Nação, Assembleia da República

O primeiro-ministro defendeu esta quarta-feira que o cenário macroeconómico e o projeto de programa do PS seguem a via errada do aumento do consumo, gerando uma subida do rendimento disponível artificial das famílias, que mais tarde será paga.

Esta posição foi assumida por Pedro Passos Coelho no debate quinzenal, na Assembleia da República, durante a fase de debate com o líder parlamentar socialista, Ferro Rodrigues.

“É indispensável continuar o caminho deste Governo, porque o caminho que não precisamos é aquele que os senhores [do PS] propõem e que, tanto quanto me quis parecer, aponta como prioridade o que falhou na estratégica económica em Portugal nos últimos 20 anos, mormente sob a liderança socialista. É um caminho que assenta num desenvolvimento económico liderado pelo consumo e pelo aumento artificial do rendimento disponível – um aumento que terá sempre como contraparte ou o aumento dos impostos, ou as transferências do orçamento provocando défice e mais impostos no futuro”, advertiu o líder do executivo PSD/CDS.

Na resposta, Ferro Rodrigues assumiu a continuidade nas suas convicções políticas, dizendo que, ao contrário do primeiro-ministro, defende hoje as mesmas políticas que defendia há quatro anos na última campanha eleitoral – uma frase que agitou as bancadas da maioria PSD/CDS e motivou uma interrupção do debate.

Sobre o projeto de programa eleitoral do PS, Ferro Rodrigues sustentou que o conjunto de medidas constitui “uma alternativa política, conciliando o rigor financeiro com a recuperação económica”.

“Mostra que é possível fazer melhor e garantir a saída de Portugal da atual situação de procedimento por défice excessivo, reduzir o desemprego e baixar a dívida. Os senhores preferem apelar a fantasmas do que discutir politicamente as questões”, reagiu ainda o líder da bancada socialista.

Neste ponto, Pedro Passos Coelho lamentou que o PS tenha recusado sujeitar à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) o seu cenário macroeconómico e insistiu nas críticas à linha económico-financeira proposta pelos socialistas.

“Até hoje o programa que o PS apresentou resume-se a mais consumo, a uma estratégia de crescimento liderada pelo consumo, rendimento disponível dado às pessoas de forma artificial, sem qualquer compensação orçamental devida para a Segurança Social. Isso é prosseguir para o futuro a política que nos conduziu ao resgate“, sustentou o primeiro-ministro.

/Lusa

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