/

Pássaro com 46 mil anos encontrado com penas e garras intactas na Sibéria

Love Dalén

Os arqueólogos já descobriram muitos espécimes antigos notáveis no permafrost da Sibéria. Desta feita, encontraram os restos mumificados de um pássaro com 46 mil anos que ainda tem penas e garras intactas.

De acordo com a CNN, o pássaro, com 46 mil anos, foi identificado como uma calhandra-cornuda (Eremophila alpestris) e os cientistas acreditam que poderia ser um antecessor pré-histórico de duas subespécies vivas hoje, as cotovias com chifres na Mongólia e as que vivem no norte da Rússia.

Além disso, este é a primeira vez que é desenterrado uma espécime de pássaro totalmente intacto na tundra congelada. “Esta descoberta implica que as mudanças climáticas que ocorreram no final da última era glacial levaram à formação de novas subespécies”, disse Love Dalén, especialista em genética evolutiva do Museu Sueco de História Natural e parte da equipa de investigação que examinou o pássaro antigo.

Com base no estudo publicado este mês na revista científica Communications Biology, o pássaro está congelado desde a última Era do Gelo e foi encontrado a sete metros abaixo do solo dentro de um túnel de gelo siberiano. O espécime único foi descoberto por caçadores de fósseis locais perto da vila de Belaya Gora, no nordeste da Sibéria.

Espera-se que as amostras encontradas no permafrost da Sibéria tenham um alto grau de preservação. As camadas congeladas da tundra fornecem condições ideais para que uma carcaça animal permaneça praticamente intacta durante dezenas de milhares de anos.

Porém, esta ave estava em condições excecionalmente boas. “O facto de um espécime tão pequeno e frágil estar quase intacto também sugere que a sujidade ou a lama devem ter sido depositadas gradualmente, ou pelo menos que o solo era relativamente estável, de modo que a carcaça do pássaro foi preservada num estado muito próximo da sua morte”, disse Nicolas Dussex, co-autor do estudo, em comunicado.

Agora, a equipa planeia sequenciar todo o genoma da ave, o que dará aos investigadores uma melhor compreensão sobre a evolução do animal. Examinar os genes das aves também pode ajudar os cientistas a estimar a taxa de evolução entre espécies de cotovias. “Isto abrirá novas oportunidades para estudar a evolução da fauna da era glacial e entender as suas respostas às mudanças climáticas nos últimos 50 a 10 mil anos atrás”, explicou Dussex.

O degelo do permafrost da Sibéria tem revelado muitas e importantes surpresas para a Ciência, que vão desde potros com 42 mil anos com sangue ainda líquido nas suas veias, vermes pré-históricos, mamutes lanosos e um cachorro com com pêlo, bigodes e dentes.

Outro exemplo incrível de preservação é a cabeça com 40 mil anos de um lobo da Idade do Gelo, ainda coberta de pele e pêlo, descoberta no norte de Iacútia.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.