/

Governo britânico avança com “passaportes” de vacinação em discotecas

Em Inglaterra, discotecas e salas com grande capacidade vão ser obrigadas a pedir à entrada “passaportes” de vacinação contra a ​​​​​​​covid-19 a partir do final de setembro, anunciou esta segunda-feira o primeiro-ministro britânico, urgindo os jovens a imunizarem-se.

A medida representa uma inversão relativamente à posição anterior, quando o Governo recusou forçar a adoção teste tipo de documentação para aceder a serviços e espaços de lazer, deixando a opção às empresas privadas.

Esta segunda-feira, numa conferência de imprensa, Boris Johnson argumentou que a obrigatoriedade de certificação para o acesso a “discotecas e outros locais de grande concentração de pessoas” é necessária para reduzir a transmissão do vírus.

A medida, acrescentou, deverá ser implementada “até ao final de setembro, quando todos os maiores de 18 anos terão a hipótese de levar uma segunda dose [da vacina]”.

Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte decidem as próprias regras em matéria de saúde.

“Não quero ter de fechar discotecas novamente, como se fez noutros lugares“, disse ainda Boris, numa referência aos Países Baixos, “mas isso significa que as discotecas precisam fazer a coisa socialmente responsável”, exigindo prova de vacinação ou de teste de covid-19 negativo.

Boris Johnson deixou em aberto a possibilidade de estender esta medida aos pubs, reservando-se “o direito de fazer o que for necessário para proteger a população“.

Aludindo à tendência internacional de associar a vacinação completa de adultos à abertura das fronteiras, o primeiro-ministro britânico reconheceu que 35% dos jovens de 18 a 30 anos, cerca 3 milhões de pessoas, ainda não responderam à chamada para a imunização.

Em contrapartida, 96% das pessoas com mais de 50 anos e 83% das pessoas com idades entre os 30 e os 50 anos aceitaram a oferta em Inglaterra.

O anúncio destas medidas coincide com o levantamento, esta segunda-feira, da maioria das restrições aos contactos sociais, nomeadamente o distanciamento social e limites ao número de pessoas que se podem juntar ao ar livre ou em espaços fechados.

O uso de máscaras também deixou de ser obrigatório em lojas e transportes públicos, embora a maioria das empresas e transportadoras continue a pedi-lo aos clientes e utentes.

Algumas discotecas festejaram, abrindo à meia-noite pela primeira vez desde março de 2020, mas especialistas têm alertado para o risco do plano de desconfinamento do Governo, tendo em conta o crescimento exponencial de pessoas infetadas.

Vacinação de menores com problemas de saúde

Também esta segunda-feira, o Governo britânico aceitou a recomendação para vacinar apenas menores com certos problemas de saúde no Reino Unido, onde se registaram 39.950 novos casos e 19 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas.

O Comité Conjunto de Vacinação e Imunização [Joint Committee on Vaccination and Immunisation, JCVI] recomendou que crianças de 12 a 15 anos com deficiências neurológicas graves, síndrome de Down, com deficiências de aprendizagem múltiplas ou graves e imunodeficiências devam ser inoculados com a vacina Pfizer.

De acordo com as recomendações existentes, jovens de 16 a 17 anos com comorbilidades de maior risco perante a covid-19 já tinham sido chamados para ser imunizados, mas o JCVI não aconselha a vacinação de menores de 18 anos fora destes grupos.

O ministro da Saúde, Sajid Javid, prometeu que o organismo vai continuar a analisar informação sobre a potencial vacinação de menores sem outras patologias específicas de saúde.

De acordo com o quadro de dados sobre a pandemia covid-19, no domingo o Reino Unido tinha registado 48.161 novos casos e 25 mortes.

Nos últimos sete dias, entre 13 e 19 de julho, a média diária foi de 42 mortes e 46.024 casos, o que corresponde a uma subida de 48% no número de mortes e de 41,2% no número de infeções relativamente aos sete dias anteriores.

A média diária de pessoas hospitalizadas foi de 617 entre 07 e 13 de julho, um aumento de 39,5% face aos sete dias anteriores.

Na sexta-feira estava internados 4.094 pacientes, dos quais 573 com auxílio de ventilador.

Desde o início da pandemia, foram notificados 128.727 óbitos de covid-19 num total de 5.473.477 infeções confirmadas no Reino Unido.

Nas passadas 24 horas foram administradas 147.064 vacinas, tendo todos os adultos no Reino Unido sido chamados para serem imunizados.

Desde dezembro foram inoculadas 46.314.039 pessoas, o que corresponde a 87,9% da população adulta, e 36.099.727 milhões de pessoas, ou 68,5% da população adulta, já tem a vacinação completa.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.