“Passaporte” de vacinação de Macron aprovado pelos deputados franceses

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Yoan Valat / EPA

Emmanuel Macron, Presidente da França

A Assembleia Nacional deu luz verde à proposta do Governo, no final de um processo marcado por declarações polémicas de Macron sobre os não-vacinados.

A Assembleia Nacional francesa aprovou esta quinta-feira os planos de Emmanuel Macron para a criação de um “passaporte” de vacinação contra a covid-19, depois das declarações do Presidente serem consideradas consideradas “ofensivas” e “indignas” pela oposição.

O “passaporte” de vacinação é um documento cuja apresentação passará a ser obrigatória para o acesso a restaurantes, cafés, transportes intercidades e eventos culturais em todo o país.

Segundo o Público, a proposta de lei foi aprovada na câmara baixa do Parlamento com 214 votos a favor, 93 contra e 27 abstenções, pouco depois das 5h da manhã, e no final de um processo político altamente polémico.

A discussão não foi apenas polémica por causa da medida em si, mas também fruto das declarações do chefe de Estado, na terça-feira, sobre os planos do Governo para “irritar” os não-vacinados.

Numa entrevista ao Le Parisien, Macron usou a expressão “emmerder”, que se traduz para algo como “irritar”, “chatear” ou “lixar”, para explicar sua estratégia de mobilizar os cerca de cinco milhões de franceses que ainda não estão vacinados.

Foi criticado pela oposição, no Parlamento e na corrida às presidenciais de Abril, por ter proferido palavras “indignas” para um Presidente da República.

“Não sou a favor de irritar os franceses. Estou sempre a queixar-me quando o Governo o faz. Mas, em relação aos não-vacinados, sim, tenho muita vontade de os irritar. E vamos continuar a fazê-lo, até ao fim. É essa a estratégia”, realçou Macron na terça-feira à noite.

A proposta do Governo terá agora de ser confirmada pelo Senado, antes de se transformar em lei. Os planos de Macron e do primeiro-ministro, Jean Castex, passam por aplicar as novas medidas, promovidas como fundamentais para ajudar a travar a onda de contágios provocada pela variante Ómicron do novo coronavírus, a partir do dia 15 de Janeiro.

Nos termos da legislação em vigor, que se pretende substituir, é apenas exigida a apresentação de prova de vacinação ou de um teste PCR para quem quiser aceder aos locais e aos eventos em causa.

De acordo com as autoridades sanitárias francesas, na quarta-feira foram registados mais de 332 mil novos casos de covid-19, recorde diário em França, e 246 mortes provocadas pela doença.

ZAP //

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