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Parlamento Europeu em peso exige cabeça de Dijsselbloem

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EU Council Eurozone / Flickr

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo.

As polémicas declarações de Jeroen Dijsselbloem, o presidente do Eurogrupo, sobre “copos e mulheres” e os países do Sul da Europa, continuam a causar mossa e conseguiram unir todos os partidos políticos do Parlamento Europeu que exigem a sua demissão.

Na segunda-feira, os líderes de todos os grupos políticos do Parlamento Europeu exigiram a demissão de Jeroen Dijsselbloem e não é só pelos seus comentários sobre “copos e mulheres” que foram considerados como ofensivos para países como Portugal e Espanha, que tiveram que pedir ajuda financeira.

As ausências do político holandês de vários debates estão também, a causar incómodo entre os parlamentares europeus.

A “gota de água” foi a nega de Dijsselbloem em comparecer perante o Parlamento Europeu para dar explicações sobre o ponto de situação das negociações com a Grécia. Ele alegou dificuldades de agenda, o que caiu muito mal entre os eurodeputados de todos os grupos políticos.

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, foi particularmente duro, notando que “se espera que alguém que pede aos cidadãos europeus que façam grandes sacrifícios que também, sinta o dever de responder aos seus representantes”, conforme cita o jornal espanhol El Confidencial.

Já o presidente do Partido Popular Europeu, o alemão Manfred Weber, que até concorda com as posições do holandês quanto à importância de cumprir as normas europeias, classificou a ausência de Dijsselbloem como “um escândalo”.

E houve até quem sugerisse declará-lo persona non grata, não o deixando entrar em mais nenhuma reunião do Parlamento Europeu.

Dijsselbloem promete ser “mais cuidadoso”

Entretanto, no site do Conselho Europeu divulga-se a carta que Dijsselbloem enviou aos eurodeputados, numa resposta à missiva que recebeu destes criticando as famigeradas palavras sobre “copos e mulheres”.

O político holandês assegura que foi mal interpretado e que “não quis dizer” aquilo que lhe atribuem.

“Lamentavelmente, algumas pessoas ficaram ofendidas pela forma como me expressei”, escreve Dijsselbloem, sublinhando que “nunca” foi sua “intenção insultar pessoas”.

Serei ainda mais cuidadoso no futuro“, promete também o presidente do Eurogrupo, garantindo que está “totalmente comprometido” com o trabalho das instâncias europeias.

Costa confirma sondagem a Centeno

O primeiro-ministro português confirmou entretanto, que Mário Centeno foi mesmo sondado para suceder a Dijsselbloem como presidente do Eurogrupo.

Em entrevista à Renascença, António Costa sublinha contudo, que essa “não é a prioridade” e que é útil que o ministro das Finanças mantenha margem de actuação política na Europa.

Mário Centeno seria “certamente um excelente presidente do Eurogrupo” e a sondagem que lhe foi feita “é prestigiante para ele próprio e para o país”, mas o Governo português “não tem como prioridade” essa candidatura, frisa Costa.

“Nesta fase, é útil que o ministro das Finanças de Portugal tenha uma margem de liberdade de movimentação maior no quadro do Eurogrupo. Quem tem a presidência possui uma limitação acrescida – ou deveria ter, embora esse não seja o caso actual [com Dijsselbloem], porque tem de ser um factor de unidade entre todos os ministros das Finanças”, alega o líder do executivo.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. Tudo isto tem muita piada. O que é que se vê e ouve lá fora? Os países pedem dinheiro, fazem festas, inventos, jantares, homenagem a qualquer politico,etc,etc, Retiram dinheiros das obras públicas, dos bancos, compram herdades, casas para toda família que mais querem ouvir? Mais verdades?

  2. No fundo aquilo não passou de uma metáfora com algum sentido e por cá só não percebe quem não lhe interessa perceber, de resto o homem também terá os seus fracassos e possivelmente agora até fará finca pé para não sair, talvez efeitos de alguma nova droga holandesa onde pelos vistos se fabrica muita e curiosamente ninguém dá por isso.

  3. Metäforas à parte, a este senhor não lhe compete tecer “comentários” daquela natureza sobre outros estados membros.
    Pergunto-me que moral tem aquele individuo para apontar o dedo a outros quando, ele próprio, não comparece ás reuniões, furta-se a prestar esclarecimentos ao parlamento europeu (orgão ao qual está vinculado a escrutínio, por força das suas funções de líder do eurogrupo), etc. Parece-me claro que perdeu legitimidade para continuar em funções, da mesma forma que me parece claro que depois de se desbocar irresponsávelmente, até por razões de coesão europeia, procura agora “agarrar e manter o belo tacho” a todo o custo. Teve a capacidade de meter toda a gente, da esquerda á direita, a exigirem que se demita. É obra!

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