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“Não vai faltar pão na mesa dos portugueses, mas vai ser muito mais caro”

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PãoPortugal só produz 5% do trigo que consome, mas o fornecimento de pão não vai faltar aos portugueses. Contudo, devem preparar-se para preços “muito mais caros”, avisa o presidente da Associação de Produtores de Cereais, José Palha.

A guerra da Ucrânia veio agravar o problema do aumento dos preços dos cereais nos mercados internacionais que já se vinha verificando, fruto de um aumento da procura na China na fase de “arrefecimento” da pandemia de covid-19.

Com o arrastar da guerra e a Rússia a complicar o escoamento de cereais da Ucrânia, um dos grandes fornecedores do mundo, têm surgido receios de falta de cereais e até de uma crise alimentar.

Mas, “neste momento, e atendendo ao material que está em stock, aos navios que estão a chegar e aos contratos que estão firmados, não se antevê que haja ruptura no fornecimento de cereais em Portugal“, já disse a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.

Também o presidente da Associação de Produtores de Cereais, José Palha, assegura que “não será de todo espectável que venha a faltar pão na mesa dos portugueses, mas o preço sim, o preço terá que aumentar porque o preço da matéria-prima está em valores nunca antes vistos nesta ordem de grandeza para o trigo”, como salienta em declarações à TSF.

A maioria do trigo importado por Portugal vem de França.

José Palha pede ao Governo que implemente incentivos para aumentar a produção nacional de cereais “à semelhança do que existe em dez países da União Europeia e do que já existiu em Portugal há cerca de 15 anos”.

Quanto ao preço do trigo, o líder da Associação de Produtores de Cereais explica que é influenciado por vários factores, tendo como ponto de partida o preço mínimo de intervenção definido pela União Europeia (UE), “valor abaixo do qual o cereal não pode ser comercializado”. “Se for, a UE intervém para que o agricultor receba um mínimo por tonelada transacionada”, indica.

Outros factores que influenciam o preço são “o custo de produção e, sobretudo, a lei da oferta e da procura“, nota José Palha. “Quando há um excesso de produção num continente o preço baixa, quando há um défice de produção por secas, fogos, ou o que seja que leve a mais procura, o preço sobe”, destaca ainda.

ZAP //

3 Comments

  1. Ou, seja, o pão vai faltar a quem mais precisa. Esta é a realidade, o resto são eufemismos para enganar tolos!

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