Para fazer face à subida das matérias-primas, é expectável que o preço do pão e de outros produtos de panificação sofra um aumento nas próximas semanas.
O aumento dos preços dos combustíveis fez os portugueses sentirem, pela primeira vez, os impactos negativos da guerra na Ucrânia nas suas finanças pessoais. Mas é só o início.
O Jornal de Notícias avança que, nas próximas semanas, o preço do pão deverá aumentar. Embora Portugal não importe o trigo da Ucrânia e da Rússia, a guerra está a sobrecarregar os mercados onde o país se abastece.
“A subida do preço do pão é inevitável“, dado que a “magnitude dos aumentos está a ser violenta” no preço das farinhas, nos combustíveis e na energia, avisa Hélder Pires, presidente do conselho fiscal da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação (ACIP).
“Nos próximos 15 dias, a farinha pode aumentar entre 100 e 120 euros a tonelada, o que representa um aumento de 25% face ao preço atual”, revelou, em declarações ao matutino.
Alguns operadores de padaria estão a aumentar os stocks com receio de que haja rutura. Outros, salienta o responsável, “estão a tentar comprar a farinha mais barata e atrasar o aumento da matéria-prima”.
Luís Ramos, administrador da Germen, empresa responsável pela transformação de cereais em farinhas, considera que “não vale a pena açambarcar o produto”, até porque a rutura no fornecimento não está em causa.
Portugal importa 95% do trigo panificável e, face ao aumento da matéria-prima, as empresas “vão ser obrigadas a repassar o custo para evitar fechar portas”, explicou. Quem mais vai sentir o impacto é o consumidor, que terá de pagar mais caro por um dos produtos basilares na alimentação.