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Pandemia poupou a Suécia. É dos países europeus com menos casos diários e mortes

Enquanto muitos países europeus se veem a braços com surtos de novos casos, a Suécia, que foi criticada por não ter imposto medidas restritivas nem confinamento, tem uma das taxas de infecção mais baixas do continente.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), o total acumulado de novos casos na Suécia em 14 dias foi de 22,2 por 100 mil habitantes na terça-feira –  contra 279 em Espanha, 158,5 em França, 118 na República Checa, 77 em Bélgica e 59 no Reino Unido.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, os novos casos, agora registados na Suécia apenas de terça-feira a sexta-feira, estão aproximadamente na mesma taxa observada no final de março, enquanto dados da agência nacional de saúde mostraram que apenas 1,2% dos seus 120 mil testes na semana passada deram positivo.

A Suécia também tem menos novas infecções diárias do que a Noruega e a Dinamarca, os seus vizinhos nórdicos.

Treze pacientes com covid-19 estão em tratamento intensivo em hospitais suecos e a sua média de sete dias de mortes relacionadas com o coronavírus é 0.

“Não temos o ressurgimento da doença que muitos países têm”, disse Anders Tegnell, o principal epidemiologista do país, à emissora France-24, acrescentando que o país está amplamente feliz com a sua estratégia. “No final, veremos a diferença que fará ter uma estratégia mais sustentável, que se possa manter durante muito tempo em vez da estratégia que significa bloquear, abrir e bloquear e de novo”.

Ao contrário de muitos países, a Suécia fechou escolas para maiores de 16 anos, mas manteve abertas as escolas para alunos mais jovens, insistindo na frequência integral. Escolas e universidades estão abertas novamente. Lojas, bares, restaurantes e ginásios permaneceram abertos e o uso de máscaras não foi recomendado.

O país proibiu encontros de mais de 50 pessoas e apelou às pessoas com mais de 70 anos e em grupos de risco que se isolassem em casa.

Em vez de um confinamento, a Suécia pretendia desenvolver “imunidade de grupo”, esperando que um número crescente de pessoas expostas ao vírus ajudasse a evitar uma segunda onda de infecções. Desde o início da pandemia, Tegnell aconselhou o Governo a manter a economia aberta, alegando que seria mais sustentável a longo prazo.

A abordagem da Suécia tem sido criticada tanto interna como externamente, sobretudo devido ao elevado número de vítimas mortais. Vários académicos, assim como professores e pais na Suécia, já se manifestaram contra a estratégia do país e os riscos impostos à saúde das crianças.

Na altura, Tegnell admitiu erros, dizendo que havia margem para melhorar o desempenho do país e que a taxa de mortalidade é muito elevada. Outros especialistas sugerem que o plano de ação delimitado pode não ter sido o mais inteligente.

Por sua vez, a antiga epidemiologista estatal sueca Annika Linde disse que o país deveria saber que estava despreparado para lidar desta forma com a pandemia.

ZAP //

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