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Pandas bebés nascem prematuros (e os cientistas não sabem explicar porquê)

EMUCrossCultural / Flickr

Panda-gigante bebé

Os pandas bebés nascem (estranhamente) pequenos e subdesenvolvidos. Ninguém consegue explicar porquê e, agora, a principal teoria também acabou por se mostrar errada.

De acordo com o Live Science, alguns investigadores defendiam que esta característica dos ursos poderia estar relacionada com a hibernação, defendendo que, ao sobrepor-se com a gravidez, esse período de jejum poderia resultar num nascimento precoce, uma vez que as reservas internas da mãe estavam em baixo.

No entanto, segundo uma nova investigação publicada, no início de dezembro, no Journal of Anatomy, esta teoria tem um problema: mesmo para ursos, os pandas nascem excecionalmente pequenos e subdesenvolvidos (já para não falar do facto de este animal não hibernar).

No nascimento, os pandas pesam cerca de 100 gramas, o que significa que as progenitoras são 900 vezes maiores do que as suas crias. “São basicamente bebés prematuros“, afirma em comunicado Peishu Li, autor principal da pesquisa e estudante de doutoramento da Universidade de Chicago.

O investigador e a co-autora do estudo, a professora de Biologia da Universidade de Duke, Kathleen Smith, analisaram duas de cinco crias nascidas (mas que acabaram por morrer), na década de 80, no Smithsonian National Zoo, em Washington.

A dupla de cientistas usou um tomógrafo para construir modelos 3D dos seus esqueletos e examinou recém-nascidos de ursos-cinzentos, ursos-beiçudos, ursos-polares, cães, uma raposa, entre outros animais.

(dr) Duke University

Tomografia computadorizada mostra o crânio subdesenvolvido de um panda bebé

Comparando todos os esqueletos, Li e Smith descobriram que todos os ursos tendem a ter crias desproporcionais em tamanho, embora os pandas sejam o exemplo mais extremo.

Além disso, os investigadores não encontraram diferenças significativas no crescimento ósseo entre os ursos que hibernam e as fêmeas que são ativas todo o ano e que não jejuam durante a gravidez. De facto, apesar de serem pequenos, os cientistas descobriram que a maioria dos esqueletos de ursos é tão madura no nascimento quanto os seus relativos mais próximos.

Os resultados mostram que o panda-gigante é a única exceção. Na altura do nascimento, os ossos assemelham-se aos de um Beagle prematuro. “Seria como um feto humano de 28 semanas” no início do terceiro trimestre, disse Smith na mesma nota.

No geral, a gravidez dos ursos são incomuns: o óvulo fertilizado flutua no útero durante vários meses antes de se implantar na parede uterina para começar a desenvolver-se. Nessa altura, a maioria dos ursos precisa de dois meses para se desenvolver, mas os pandas apenas um.

Para já, ninguém sabe porquê, mas, de acordo com os autores do estudo, à medida que a espécie está cada vez mais em risco, responder a esta questão torna-se também cada vez mais urgente.

ZAP //

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