Sousa Real responde à pergunta eterna: o PAN é de esquerda ou de direita?

Líder do partido reforça os motivos que o afastam da AD no continente. Na Madeira não há medo de ir a eleições.

Miguel Albuquerque vai deixar de ser o presidente do Governo Regional da Madeira.

A demissão já foi apresentada mas o ainda líder poderá sair apenas depois do debate sobre o orçamento regional, marcado para a próxima semana.

O PAN defende esse cenário, disse nesta segunda-feira (o dia da demissão) a deputada Mónica Freitas. É uma “atitude responsável” e necessária para “garantir alguma estabilidade”.

A porta-voz do partido reforça essa ideia e critica o CDS pelo “número político”, ao exigir a saída imediata de Albuquerque.

Inês de Sousa Real disse na RTP que o que prevalece são os interesses da Madeira. Há “latitude suficiente” para Miguel Albuquerque continuar em funções” até à aprovação do orçamento.

A deputada considera que o sucessor de Miguel Albuquerque não deve ter qualquer ligação aos processos investigados pelo Ministério Público.

Mas o PAN não “tem qualquer receio” de ir novamente a eleições. Só que, lembra a líder do partido, o último acto eleitoral foi há pouco tempo, em Setembro. Não há estabilidade nesse cenário.

Eleições de Março

Para as legislativas nacionais de 10 de Março, Inês de Sousa Real repetiu que não fará acordo, nem com o Chega, nem com a Aliança Democrática.

Isto porque Luís Montenegro fez uma opção “em contraciclo com século XXI de trazer e ressuscitar” o PPM e sobretudo o seu líder, Gonçalo da Câmara Pereira, que “defende publicamente que é legítimo bater numa mulher”.

Além disso, “deu a mão” ao CDS e a Nuno Melo, que defendem o “revivalismo das touradas”.

“Para nós há valores irrenunciáveis”, reforçou a porta-voz do PAN.

Em relação a um eventual Governo de centro-esquerda, o partido vai analisar as condições apresentadas por quem liderar esse executivo.

Depois surgiu uma pergunta eterna: o PAN é um partido de esquerda ou de direita?

“É de centro progressista”, respondeu Inês de Sousa Real, admitindo depois que o PAN está mais associado à esquerda devido à sua defesa de causas sociais. “Mas estamos órfãos do centro de esquerda e de direita”.