PAN admite acordo com PS ou PSD, mas só com lugar no Governo

Paulo Cunha / Lusa

A porta-voz do Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) Inês de Sousa Real

PAN aceita acordo pós-eleitoral com PS ou PSD, mas só com lugar no Governo. No entanto, rejeita aliar-se a “partidos não democráticos”: Chega, BE ou PCP.

O PAN admite apoiar um governo PS ou PSD, mas com a condição de ter um lugar à mesa do Executivo. Com as eleições legislativas marcadas para 30 de janeiro, o partido rejeita coligações pré-eleitorais, mas admite apoiar soluções após o ato eleitoral.

Ainda assim, de acordo com o Observador, Inês Sousa Real rejeita fazê-lo com “partidos não democráticos”: Chega, Bloco de Esquerda e PCP.

“A esquerda radical também é uma solução com a qual não nos identificamos. Há uma cegueira ideológica da esquerda que obstaculiza o diálogo mais sério ao nível da resposta que tem de existir”, disse a porta-voz do partido.

Albano Lemos Pires é um dos dirigentes do partido e, em declarações ao jornal online, afiança que o partido não estará disponível para soluções semelhantes à da geringonça.

“A geringonça devia ter o PCP e Bloco de Esquerda a participar no Governo, não faz sentido um partido minoritário no Governo. Não se pode ser oposição e governo ao mesmo tempo”, disse o dirigente ao Observador, realçando que seria “irresponsável” o PAN apoiar uma solução semelhante.

Inês Sousa Real parece concordar com Lemos Pires e diz que o PAN estará disponível para assumir a “responsabilidade governativa” que os portugueses entenderem.

O PAN pretende ser a solução para os eleitores que não querem um PS maioritário, mas também não querem uma ascensão da extrema esquerda ou direita política.

O partido absteve-se na votação do Orçamento do Estado para 2022, posição que Albano Lemos Pires rejeita como sendo uma aproximação ao PS.

“Se estivesse o PSD no governo a situação seria exatamente a mesma. O PAN absteve-se porque conseguiu que uma série de medidas fossem aprovadas. Seja com PSD ou com PS temos que negociar com quem está no poder”, disse o dirigente do Pessoas–Animais–Natureza.

“Ser oposição não é só votar contra, é tentar ser parte da solução e das respostas de que o país carece”, acrescentou.

Combate à pobreza; retoma que seja ao mesmo tempo responsável ambientalmente; sustentabilidade da Segurança Social; demografia no país; investimento e fixação no SNS; coesão territorial e a necessidade de não termos Portugal a duas velocidades; um turismo responsável e sustentável são temas estruturais que Inês Sousa Real quer ver debatidos.

Daniel Costa, ZAP //

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