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Paióis de Tancos estiveram 20 horas sem rondas de vigilância na noite do assalto

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Paulo Cunha / Lusa

Militar observa a planta da Base Militar de Tancos

Foram quase 20 as horas em que os paióis de Tancos estiveram sem ronda de vigilância. A Polícia Judiciária Militar já está a investigar, juntamente com a Unidade de Contraterrorismo e Crime Organizado da PJ. Mercado negro de armas ou grupos terroristas podem ser o principal destino deste material roubado. 

Segundo o jornal Público, na noite de terça-feira, a última ronda de vigilância realizou-se às 20h00 e só por volta das 16h00 do dia seguinte é que foi feita uma nova ronda. Isto significa que os paióis ficaram sem vigilância de militares durante quase 20 horas.

Dentro das instalações estão cerca de 20 paióis e apenas três foram assaltados, precisamente os que tinham material relevante de guerra. Os restantes, alguns vazios, outros com pouco material, ficaram intactos, escreve o jornal este domingo.

A investigação está a cargo da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da Unidade de Contraterrorismo e Crime Organizado da PJ. Vários militares já foram inquiridos.

O Exército informou, através de um comunicado divulgado ontem, que já foram tomadas medidas como o aumento do número de militares envolvidos na segurança das instalações e o aumento da frequência das rondas móveis motorizadas e apeadas.

O porta-voz do Exército esclareceu ainda que cinco comandantes foram exonerados temporariamente, uma decisão do Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, e que vigora até serem concluídas as investigações.

Todas as informações sobre o material desaparecido já foram partilhadas nas bases de dados internacionais e as secretas nacionais estão em contacto com as estrangeiras para que “acionem os seus espiões no submundo do tráfico internacional de armas e ajudem a localizar o destino do material”, escreveu ontem o Diário de Notícias.

Rovisco Duarte já reconheceu que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis” e admitiu a possibilidade de uma fuga de informação. “Para haver algo deste género tem de haver informação interna”.

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, também diz que assume a “responsabilidade política” depois do furto pelo “simples facto de estar em funções”.

PSD e CDS-PP já anunciaram que querem ouvir o ministro no Parlamento sobre este assunto e os sociais-democratas também querem uma audição de Rovisco Duarte.

O PCP classificou o assalto como um “caso de extrema gravidade a necessitar de todo o apuramento, incluindo a retirada de consequências”, enquanto o BE questionou o Governo, querendo saber o que falhou e que medidas serão tomadas para o recuperar, pedindo esclarecimentos sobre a eventual avaria na videovigilância.

O governante já disse que marcará presença na Assembleia da República e que aí dará as explicações que os deputados entenderem.

ZAP //

4 Comments

  1. Há rondas cada hora +/- Eu acho que foi mais um assalto de praxe de outras unidades incluso entre Sargentos dos varios plutões e até de Santa Margarida que sempre se soube do facto de entregar ao dia seguinte o material “desviado” como forma de superioridade entre as unidades…e forma de treino das unidades de segurança e ataque-fuga!! Esperemos q não tenha sido algum chibato q entretanto passou a informação às unidades secretas ou P.E. e que por isso foi impossivel a devolução do mesmo por ser crime! Eu buscaria nas unidades mais proximas decerto estao em um outro paiol ou tudo não passa de uma estrategia para reforçar e justificar video-vigilancia como fazem em certas empresas q simulam assaltos para justificar gastos d video-vigilancia além de receberem dos seguros…E passarem à disponibilidade o orçamento destinado ao reforço da segurança pois é material bélico delicado em especial nos bunkers secretos. E já deveria ter sido feito há muitos anos atrás…hoje em dia não sao duas redes farpadas que evitam roubos!Os refugiados são ladroes profissionais das escolas da necessidade!! Esperemos q seja interno! Não se atreviam a acceder a zona vigiada pois a 1° munição é de salva mas levaria logo uma seguida real…informação interna, logo foi alguém de dentro do serviço militar óbvio!

  2. Não percebo a questão da video vigilância avariada há 2 anos. Eu próprio montei em minha casa um sistema CCTV com 3 câmaras. Estou no sofá a ver tv e em um monitor ao lado vou fazendo zapping pelos 3 “canais casa”. Se quiser gravar é só ligar ao PC por adaptadores USB de entrada RCA video. Com PC incluido não ficou por mais de 500 € (mão de obra caseira).
    A estes senhores militares bastaria por recrutas 24 horas em frente a 10 ou 20 ecrãs LCD, cada um ligado a 10 ou 20 câmaras. Instalação da cablagem feita por técnicos militares. Ora vejamos:
    20 câmaras x 80 € = 1600 € + 20 LCD x 80 € = 1600 €. Total da coisa = 3200 € + uns trocos para cabo coaxial. Nem precisavam de gravar nada pois quem visse movimentos estranhos nos ecrans alertava as patrulhas em ronda. Não me lixem nem lixem a NATO… Parece-me gente que não é digna de usar divisas ou então andam a usufruir do dinheiro dos contribuintes na boa vida de quartel de país que só entra em guerra quando o resto da Europa estiver de rastos.

    • Nao queira comparar um sistema de cameras feito por si por um sistema profissional!!!!!!!!

      Primeiro as cameras tem de ser IP (usam cabo de rede e nao coaxial), a resolucao tem de ser 1080 para permitir a identificacao. E em locais estrategicos tem de colocar cameras termicas (cada uma custa cerca de 25.000€, depois temos a gravacao 24h por dia, etc etc etc.

      Nao e so colocar uma camera e ja esta! Tem que se fazer calculos existem varios “niveis” em CCTV a deteccao (detectar “alguem”) > observacao (observar o seus movimentos) > reconhecimento (reconhecer algo de particular, sexo, tipo de vestuario, etc) > identificacao identificar a pessoa’s em questao).
      Acredite que isto tem que se lhe diga.

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