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Outro “ícone” sobre o Douro. Governo lança concurso para nova ponte no Porto

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O concurso público para a conceção de uma nova ponte sobre o rio Douro, que permitirá concretizar a chamada “segunda linha” de metro de Vila Nova de Gaia, é lançado esta terça-feira, no Porto, com a presença do primeiro-ministro.

Em causa está o lançamento do concurso público internacional de conceção da nova ponte, exclusiva para o metro, e a abertura de um concurso de ideias para o projeto, cujo júri é composto por 11 elementos que serão revelados esta terça-feira, conforme conta do convite enviado à imprensa pela tutela.

A nova travessia para ligar o Porto e Gaia através de metro deve ficar entre as pontes da Arrábida e Luís I e servirá uma nova linha de Vila Nova de Gaia, entre a Casa da Música e Santo Ovídio.

Segundo a TSF, esta será a primeira grande obra do Plano de Recuperação e Resiliência.

“Temos pressa em fazer estes investimentos para que a economia possa recuperar após a pandemia, mas há coisas que não se conseguem fazer depressa e uma delas é uma ponte sobre o rio Douro, entre duas fragas no Porto e em Gaia, a 500 metros a poente da obra maior do Edgar Cardoso, que é a Ponte da Arrábida, e a nascente da Ponte Luís I, que é uma ponte da escola do Eiffel. Tem que ser um projeto muito cuidado“, explicou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.

Segundo o ministro, fazer uma ponte destas é um “desafio técnico extraordinário” e acredita que será possível “atrair os melhores projetistas de pontes do mundo” num concurso mundial de ideias para projetistas de pontes.

As propostas de projetos têm quatro meses para ser apresentadas e irão dar um cálculo final do custo da obra e da sua exequibilidade, apesar de, à partida, o Governo ter uma estimativa de cerca de 50 milhões de euros.

Mário Cruz / Lusa

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes

O ministro espera que, tal como as outras pontes do Douro, esta seja um “ícone da cidade”. “Não podemos perturbar a vista da Ponte da Arrábida com esta nova ponte e o rio Douro entre o Porto e Gaia é mais belo pelas extraordinárias pontes que tem”, afirmou.

A cerimónia decorrerá nos Jardins do Palácio de Cristal, com início às 11h e será “restrita”, estando “reduzida a dois representantes de cada município”, disse o presidente da câmara de Vila Nova de Gaia, referindo-se ao seu concelho e ao do Porto, cidades que ficam nas margens do rio Douro.

Além do primeiro-ministro, António Costa, está também prevista a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.

A nova linha Rosa e o prolongamento da Amarela

No evento serão também consignadas as empreitadas das linhas Rosa e prolongamento da Amarela do Metro do Porto.

A nova Linha Rosa (Circular) integrará quatro estações e cerca de três quilómetros de via. Esta ligação, entre a zona de S. Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música, passa pelo Hospital de Santo António, Pavilhão Rosa Mota, Centro Materno-Infantil, Praça de Galiza e polo universitário do Campo Alegre.

No que se refere à Linha Amarela, em causa está o prolongamento de Santo Ovídeo a Vila D’Este, em Gaia, enquanto a Linha Rosa constitui um novo trajeto no Porto entre a zona de S. Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música.

O prolongamento da Linha Amarela entre Santo Ovídio e a zona residencial de Vila d’ Este vai permitir construir um troço com três estações e cerca de três quilómetros, passando pelo Centro de Produção da RTP e pelo Hospital Santos Silva.

Sobre a empreitada em Vila Nova de Gaia, o presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, revelou na segunda-feira, à margem de uma reunião de câmara, que “arranca esta semana a montagem dos estaleiros”, sendo que um ficará perto do Hospital de Gaia, próximo da rotunda de Vila D’Este, estando um segundo previsto para Santo Ovídeo, junto ao campo de ténis local.

Em declarações ao jornal digital Observador, o ministro Matos Fernandes disse que o objetivo é “tirar 17 mil carros das estradas da Área Metropolitana do Porto“.

Fonte oficial da Metro do Porto revelou à Lusa a 3 de março que o Tribunal de Contas (TdC) deu luz verde às empreitadas de construção da Linha Rosa e de prolongamento da Linha Amarela até Vila d’ Este. O visto do TdC foi dado aos contratos assinados, em novembro, entre a Metro do Porto e o consórcio Ferrovial/ACA, por um valor global de 288 milhões de euros.

Deste valor, 189 milhões destinam-se à Linha Rosa, no Porto, e 98,9 milhões ao prolongamento da Amarela, entre Santo Ovídeo e Vila D’ Este. “O investimento global nos dois projetos ronda os 407 milhões de euros — incluindo expropriações, projetos, fiscalização, equipamento e sistemas de apoio à exploração”, disse à Lusa a metro do Porto a 3 de março.

Atualmente, a rede tem 67 quilómetros, com seis linhas que servem sete concelhos e 82 estações, movimentando anualmente mais de 71 milhões de clientes.

Maria Campos, ZAP // Lua

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