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Os prazeres culinário e sexual são “simplesmente divinos”. E quem o diz é o Papa

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O Papa Francisco, crítico do “fanatismo” por vezes instalado no seio da Igreja, considera que o prazer culinário ou sexual “é simplesmente divino”, segundo num livro de entrevistas publicado na quarta-feira em Itália.

“A Igreja condenou o prazer desumano, cru e vulgar, mas sempre aceitou o prazer humano, sóbrio e moral”, referiu o Papa, em resposta a perguntas de Carlo Petrini, um escritor e gastrónomo italiano.

Na mesma entrevista, o Papa frisou que “o prazer vem diretamente de Deus; não é católico, nem cristão, nem qualquer outra coisa, é simplesmente divino”.

O prazer de comer serve para o manter saudável através da alimentação, tal como o prazer sexual é feito para tornar o amor mais belo e garantir a perpetuação da espécie”, acrescentou o pontífice.

O Papa opõe-se categoricamente a “uma moralidade fanática” que rejeita a noção de prazer, que existiu na história da Igreja Católica, mas constitui “uma má interpretação da mensagem cristã”.

Esta visão “causou enormes danos, que ainda hoje se fazem sentir fortemente em alguns casos”, lamenta o Papa argentino. “Pelo contrário, o prazer de comer bem, como o prazer sexual, vêm de Deus”, insistiu o líder espiritual de 1,3 mil milhões de católicos.

No livro, o Papa Francisco sublinha de passagem a sua admiração incondicional pelo filme “Babette’s Feast”, que decorre numa comunidade protestante dinamarquesa ultrapuritana do século XIX, convidada para um sumptuoso banquete preparado por um cozinheiro francês que ganha a lotaria. “Para mim é um hino à caridade cristã, ao amor”, diz o papa.

O livro “TerraFutura”, que contém três entrevistas com o Papa Francisco sobre ecologia integral, foi escrito pelo fundador mundial do conceito de “slow food” (comida lenta), criado nos anos 80, para se opor à “fast food”. A publicação centra-se na visão social do Papa Francisco sobre a ecologia, expressa na encíclica “Laudato Si”, publicada em 2015.

No domingo, o Papa Francisco considerou que o rumor é uma “praga pior que a covid” e que o mesmo visa dividir a Igreja Católica. Francisco desviou-se do texto que tinha preparado para reforçar as suas queixas sobre os frequentes rumores dentro das comunidades da igreja e até mesmo dentro da burocracia do Vaticano.

“Por favor, irmãos e irmãs, vamos tentar não criar mexericos“, disse Francisco, observando que “o rumor é uma praga pior do que a covid”. “Vamos fazer um grande esforço” nesse sentido, acrescentou.

ZAP // Lusa

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