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Os níveis de CO2 da Terra acabaram de cruzar um limite assustador (e é para sempre)

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De acordo com dados recentes, os níveis de carbono atmosférico ultrapassaram oficialmente 400 partes por milhão (ppm), e não devem voltar nunca mais a níveis seguros. Ou seja, a situação é permanente.

O nível “seguro” de dióxido de carbono, ou CO2, na atmosfera é de 350 ppm.

De acordo com estudos anteriores, a última vez que a Terra experimentou de forma consistente níveis tão altos foi há cerca de 4 milhões de anos atrás.

Agora, conta a Science Alert, investigadores do Instituto Scripps de Oceanografia, nos EUA, afirmam que o valor de CO2 em setembro de 2016 esteve claramente acima de 400 ppm – provavelmente próximo das 401 ppm.

O que é pior, é que setembro normalmente tem os mais baixos níveis de CO2 atmosféricos no ano.

É portanto bastante possível que o mês de outubro venha a registar um valor mensal ainda mais alto.

Cenário sombrio

Segundo Ralph Keeling, diretor do programa de CO2 do Instituto Scripps, até novembro deste ano poderemos mesmo quebrar a barreira das 410 ppm.

“Parece podermos concluir que não veremos um valor mensal inferior a 400 ppm este ano – ou nunca mais no futuro, por tempo indeterminado“, disse.

Mesmo se, por algum milagre, todos nós parássemos de emitir dióxido de carbono amanhã, levaria décadas para o valor voltar a estar abaixo do limite das 400 ppm.

E como sabemos, é muito pouco provável que tal venha a acontecer.

“Na melhor das hipóteses, nesse cenário, pode-se esperar um equilíbrio a curto prazo, e assim os níveis de CO2 provavelmente não mudariam muito – mas só começaria a baixar daqui a uma década ou mais”, explica Gavin Schmidt, climatologista-chefe da NASA.

“Na minha opinião, nós nunca mais vamos ver um mês abaixo de 400 ppm”, diz Schmidt.

Em 2013, o Observatório Mauna Loa, no Havaí, o melhor a medir dióxido de carbono do mundo, atingiu a marca de 400 ppm e, gradualmente, todas as outras estações de observação o seguiram.

Em maio de 2016, o mundo passou coletivamente para o limite de 400 ppm, com o Observatório Polo Sul, na Antártida, a ser o último a atingir a marca.

Quando foi a última vez que o planeta teve níveis de CO2 como este?

A análise dos níveis de carbono em núcleos de gelo pode dar-nos indicações do nível de CO2 atmosférico na Terra até 800.000 anos atrás.

Os cientistas estimam que “é inconcebível” que eles tivessem sido muito superiores a 300 ppm até então.

De acordo com David Etheridge, investigador principal da Organização de Pesquisa da Comunidade Científica e Industrial, da Austrália, a análise de sedimentos marinhos pode dar-nos estimativas de níveis históricos de CO2 que vão mais longe, até há cerca de 2 milhões de anos atrás.

Um estudo de 2009 publicado na revista Science concluiu que a última vez na história da Terra que os níveis foram tão altos durante um período sustentado foi há 15 a 20 milhões de anos atrás.

Mais recentemente, um estudo de 2011, publicado na Paleoceanography, concluiu que os níveis poderiam ter sido comparáveis aos de hoje muito mais tarde do que isso – entre 2 e 4,6 milhões de anos atrás.

Independentemente de ter sido há 15 ou há 4 milhões de anos atrás, os seres humanos nunca passaram por isto.

Isso significa que não sabemos o que nos vai acontecer. Vamos parar de respirar, ou passar a respirar CO2?

HypeScience

4 Comments

  1. não sei se ria se chore…

    sabem que o CO2 é um dos principais componentes que permitem a vida na terra, aliás até no primeiro filme da série start trek, já lá vão muitos anos, qd a sonda invade a enterprise designa os humanos por unidades de carbono.

    sem o carbono as plantas não crescem, qd tivemos no planeta os maiores animais e plantas os niveis de carbono eram mais de 10x superiores.

    já agora recomendo verem este pequeno video de um dos criadores da green peace exactamente sobre o tema do CO2.
    https://www.youtube.com/watch?v=5Smhn1gL6Xg

  2. OVIGIA, tal como disse o CRISTIANO, também não vou perder tempo com grandes explicações… mas…
    Esses grandes animais terrestres, após uma grande extinção ganharam vantagem por ter um sistema respiratório diferente… julga-se que semelhante ao das aves, que deles descendem… Mas nós não somos aves… nem a maioria dos mamíferos que vivem neste planeta… etc., etc., etc.…
    E já agora… outra correção… o maior animal do planeta ainda existe… são Balaenoptera musculus… as Baleias Azuis…

  3. OVIGIA. tmb sou grande fã de Star Trek.
    1 – Entretanto, não confundir carbono, o principal elemento que constitui a vida no nosso planeta, com Dióxido de carbono. A seguir vão me dizer que ácido sulfúrico é bom para a Vida porque tem 4 átomos de oxigénio…
    2 – Vi o vídeo… parece-me ser uma farsa. Dizer que se parássemos toda a produção humana de CO2 iria destruir o planeta?? desculpa lá… mas como é q o planeta passou por milhões e milhões de anos sem as nossas revoluçõezitas industriais? Acho que passou muito bem.
    3 – O que está mesmo em causa nem sequer é se o carbono faz falta ou não. É simplesmente o equilíbrio. A quantidade existente. Se a quantidade de alguma substância se altera, o resultado final tmb acaba por ser diferente, e a melhor analogia que se pode fazer é com culinária. Façam um bolo várias vezes e vão alterando as quantidades e proporções…. os resultados sairão diferentes como é natural. A questão aqui é: estamos mesmo dispostos, como raça, a aceitar as consequências das mudanças que estamos a fazer? não me parece. E por uma simples razão. Não sabemos o q vai acontecer. Interessante o trecho do Al Gore que aparece nesse vídeo do Sr. da Green peace. O que Al Gora afirma é perfeitamente verdade. Atingimos um estado em que de facto podemos modificar em grande escala o nosso planeta. Dizer o contrário é de uma enorme irresponsabilidade. E pensarmos que não deveremos modificar as nossas acções como espécie, pensando que assim que houverem problemas muito sérios, temos a certeza q as gerações futuras conseguem resolver…. é pura arrogância!

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