O café liga um importante interruptor antienvelhecimento

Um novo estudo revelou que a cafeína aciona um importante mecanismo celular antienvelhecimento.

Conhecida por nos manter despertos e trazer alguns benefícios para a saúde, a cafeína também mexe com o comportamento celular.

Um dos principais intervenientes que pode influenciar é o TORC1, uma espécie de interrutor do crescimento celular, que diz às células “cresçam agora!” ou “parem!”, consoante os níveis de energia e nutrientes.

Como refere a New Atlas, este sinal controla as respostas energéticas e ao stress nos seres vivos há mais de 500 milhões de anos.

Alguns estudos sugerem que a cafeína pode abrandar este sinal de crescimento, possivelmente explicando a sua ligação a uma vida celular mais longa. Mas, como escreve a mesma revista, há aqui um mistério: ainda não se sabe se a cafeína trava diretamente a TORC1 ou se chega lá através de caminhos secundários.

Mas um novo estudo, publicado na edição de junho do Microbial Cell, revelou que a cafeína não desliga diretamente a TORC1 como se pensava.

Em vez disso, ativa a AMPK, um antigo sensor de combustível celular que é como um contador de pilhas biológico.

A AMPK é ativada quando as células sentem falta de energia. Quando a cafeína aciona este interruptor, a AMPK reduz naturalmente a TORC1, abrandando o crescimento e promovendo potencialmente a longevidade.

A metformina, um medicamento muito utilizado para a diabetes tipo 2, ativa a AMPK, ajudando as células a melhorar o seu equilíbrio energético.

Os cientistas usaram uma levedura para descobrir como a cafeína afeta a AMPK. Nas células com mutações na via da AMPK, a cafeína parece aumentar a sensibilidade aos danos no ADN, mas não devido aos seus efeitos na divisão celular (mitose), como seria de esperar.

Em vez disso, os investigadores descobriram que a cafeína atua em conjunto com outros agentes que danificam o ADN para tornar este efeito mais forte.

Curiosamente, a cafeína acelera a rapidez com que as células se dividem e ajuda a prolongar o seu tempo de vida (conhecido como tempo de vida cronológico, ou CLS), e este benefício está ligado à via da AMPK.

“Estas descobertas ajudam a explicar por que razão a cafeína pode ser benéfica para a saúde e a longevidade”, disse à New Atlas John-Patrick Alao, líder da investigação, do laboratório Cellular Ageing and Senescence do Centre for Molecular Cell Biology da Queen Mary University of London.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.