Primeiro-ministro explicou aos deputados socialistas como devem defender a proposta para Orçamento de Estado. “Sem 30 declarações por dia”.
A proposta de Orçamento de Estado para 2023 foi apresentada na segunda-feira e, logo no dia seguinte, houve reunião no grupo parlamentar do Partido Socialista (PS) para combinar discursos.
António Costa e Fernando Medina estiveram com os deputados socialistas, nesta terça-feira, com Costa a apresentar um guião com os cinco pontos que devem ser reforçados – e já com respostas às críticas ditas publicamente nos dias anteriores.
De acordo com o jornal Expresso, o primeiro ponto foi: o PS também sabe governar nas fases mais negativas do país, ao contrário do que comentadores e oposição indicam. “Nunca deixámos de viver tempos exigentes desde que iniciámos a governação. E, mesmo assim, voltámos a convergir com a União Europeia, tivemos um aumento sustentável do rendimento, uma queda sustentada do desemprego e tivemos o primeiro excedente orçamental da democracia”, afirmou António Costa.
A maioria absoluta tem sido classificada como maioria absolutista e o primeiro-ministro repetiu, junto dos deputados: “Nenhuma maioria se basta a si própria – não podemos prescindir do diálogo”.
Costa negou liderar um Governo “lunático” – palavra que ouviu quando anunciou um aumento de salário médio em 20% ao longo dos próximos quatro anos – mas destacou: é preciso “manter o rumo e a determinação para alcançar os objectivos. Não fomos eleitos com base num cheque em branco: temos um programa para cumprir e o nosso dever é cumpri-lo”, reforçou. Ou seja, as promessas devem ser cumpridas.
O primeiro-ministro afastou igualmente a ideia de que prudência é sinónimo de austeridade: “Dizer que é austeridade gerir com prudência o Orçamento de Estado, e manter as contas certas, é não perceber a diferença entre manter as contas certas e austeridade”. E pediu para ser repetida a ideia de que todas as prestações sociais vão ser actualizadas em 8% e que o salário médio vai subir 20% até 2026 (tudo acima das previsões da inflação).
O último ponto abordado por António Costa foi: o Orçamento de Estado não é, nem optimista, nem pessimista. É equilibrado. “Temos de fazer isto com aquela regra com que fomos definindo as negociações com parceiros do BE, PCP e Verdes: enquanto houver caminho para andar, cá estamos, mas nunca daremos um passo maior do que a perna porque temos de saber que cada passo tem de ser sustentado”.
No geral, António Costa pediu aos deputados do PS que apresentem discurso de “tranquilidade”, com uma “mensagem clara” e sem deixarem “30 declarações por dia” – provavelmente uma indirecta sobre o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa).
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