Opositor de Maduro que se “suicidou” teria água nos pulmões

Miguel Gutiérrez / EPA

A tese da oposição sobre a morte do opositor do regime Fernando Albán é que a autópsia detetou água nos pulmões, mas que os resultados foram alterados a pedido do Governo de Nicolás Maduro. A tese oficial é que o opositor se suicidou nos serviços secretos.

O Governo de Nicolás Maduro defende que o opositor do regime Fernando Albán se suicidou na sede dos serviços secretos venezuelanos. Mas esta tese está agora a perder força, dado que, segundo o El Mundo, a sua antecessora, Luisa Ortega, diz ter “informações, de dentro dos serviços secretos, que garantem que o afogaram, enquanto o torturavam”.

Ortega põe em causa a autópsia oficial, que indica que a causa da morte foi a queda – isto porque segundo a tese oficial, Albán atirou-se de uma janela do 10.º piso.

Para a oposição, os resultados da autópsia foram alterados por um dos médicos que a realizou, Arnoldo Perez, um fervoroso adepto da “revolução” de Maduro e crítico da “oposição fascista”. William Jimenez, ex-coordenador na morgue de Caracas, afirmou que a autópsia “concluiu que havia água nos pulmões, mas o que foi transcrito foi uma deturpação.

Além disso, avança o Observador, Jimenez contesta outros pontos da tese oficial do Governo, que divulgou que foram encontrados 2084 vídeos no telemóvel de Albán que “podem explicar a conduta de colocar em risco a própria vida”.

O regime disse que Albán terá tido uma “vida oculta”, o que o teria levado a pôr fim à sua própria vida, por recear o desprestígio causado caso fossem divulgados os vídos encontrados, de cariz alegadamente pornográficos.

EUA acusam Maduro da morte de opositor

Segundo o Público, esta quarta-feira, a Casa Branca acusou o Governo de Maduro de estar envolvido na morte do opositor político.

“Os Estados Unidos condenam o envolvimento do regime de Maduro na morte do vereador da oposição Fernando Albán”, fez saber Washington num comunicado. O texto pede a libertação de todos os presos políticos na Venezuela, “o restabelecimento da democracia e a prevenção de mais sofrimento e derramamento de sangue”.