//

Onda antissemita leva milhares a trocar França por Israel

2

Gueorgui Tcherednitchenko / Flickr

Um dos picos de violência ocorreu durante manifestações de apoio a palestinianos na Faixa de Gaza

Um dos picos de violência ocorreu durante manifestações de apoio a palestinianos na Faixa de Gaza

Os atos antissemitas quase duplicaram este ano em França, segundo um levantamento feito pelo Conselho Representativo das Instituições Judaicas (CRIF) do país, baseado em dados do Ministério do Interior francês.

Para as organizações judaicas francesas, esta onda de antissemitismo é a principal razão do significativo aumento no número de pessoas que trocam o país por Israel.

Nos primeiros sete meses deste ano, foram registados 527 episódios antissemitas – agressões, vandalismos em sinagogas ou ameaças –, um aumento de 91% em relação ao mesmo período de 2013.

O aumento de 126% nos ataques mais violentos (atentados ou tentativas, incêndios, agressões e vandalismo) foi ainda mais acentuado, que o de ameaças (gestos e insultos, cartas ou cartazes), que cresceram 79%.

Fenómeno de massa

“O antissemitismo tornou-se um fenómeno de massa. É uma realidade que se instala cada dia mais profundamente e de forma duradoura em França”, afirmou o CRIF num comunicado.

“O mais preocupante são as novas formas de violência: ataques de grupo a locais de culto, agressões planeadas contra sinagogas, atos de vandalismo contra lojas de comerciantes judeus e atentados terroristas.”

Segundo os cálculos destas organizações judaicas, cerca de 5,5 mil pessoas devem mudar-se de França este ano e realizar a “aliyah” (ida para Israel) por causa do antissemitismo.

“O governo está determinado a combater esse ódio. Desde maio, a proteção de todos os locais de culto foi reforçada”, afirmou o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, ao jornal Le Monde.

“A polícia pode informar à Justiça sobre essas ações, mesmo se não houver queixa, para que nenhum ato racista ou antissemita fique sem punição.”

De acordo com o Serviço de Proteção da Comunidade Judaica, que detalhou o número de atos antissemitas em França, houve dois picos importantes de aumento da violência neste ano.

O primeiro ocorreu em janeiro, quando o governo decidiu proibir um espetáculo, um acontecimento raro em França, do polémico humorista Dieudonné, ligado a correntes que negam o Holocausto e conhecido fazer piadas consideradas antissemitas.

AlexandreHervaud / Flickr

O polémico humorista francês Dieudonné M'bala M'bala

O polémico humorista francês Dieudonné M’bala M’bala

Dieudonné atrai às suas apresentações muitos jovens de periferias pobres de França, onde vivem muitas pessoas de origem muçulmana.

O segundo pico de atos antissemitas ocorreu em julho, durante manifestações de apoio à Palestina, em reação aos ataques militares israelitas na Faixa de Gaza.

A França possui a maior comunidade muçulmana da Europa, estimada em mais de 6 milhões de pessoas e também a maior comunidade judaica do continente, com cerca de 500 mil judeus.

Inglaterra

Na Grã-Bretanha, houve também um pico recorde de atos antissemitas em julho.

Segundo a Community Security Trust (CST), que cuida da proteção da comunidade judaica britânica, houve 302 atos antissemitas, o número mais elevado já registrado em um mês.

Em julho de 2013, ocorreram 59 atos antissemitas no país, de acordo com a associação.

Em agosto, foram registados 150 atos contra judeus na Grã-Bretanha, o que representa o terceiro mês com maior números de agressões no levantamento da CST, realizado desde 1984.

Quase dois terços dos atos antissemitas de julho passado foram registados em Londres e arredores.

Um terço dos incidentes envolveu “imagens ou linguagem relativa ao Holocausto“, diz a CST.

Cartas com ameaças foram enviadas a sinagogas, que também foram alvo de escritos nas paredes, entre outros atos de vandalismo.

ZAP / BBC

2 Comments

  1. O problema é a Europa estar repleta de muçulmanos! Os europeus não são atissemitas; eu quero ver é para onde vamos nós, quando os muçulmanos nos quiserem expulsar daqui para fora….

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.