A gravura retrata um homem prestes a ser atacado por dois leopardos e a empunhar o seu pénis. Há ainda uma outra figura que mostra uma pessoa a abanar um chocalho entre a um touro.
A arte é muitas vezes usada para retratar momentos históricos importantes, como batalhas, coroações ou… um homem a brandir e o seu pénis enquanto está prestes a ser atacado por dois leopardos? Haverá melhor arma do que esta?
De acordo com um novo estudo publicado na Antiquity, esta pode ser mesmo a obra de arte narrativa mais antiga do mundo. A cena foi descoberta num banco Neolítico no sítio arqueológico de Sayburç, que tem cerca de 11 mil anos e fica na Turquia.
Para além da imagem do homem a brandir o pénis perante os leopardos, o local conta ainda com outra cena de uma pessoa a abanar um chocalho em frente a um touro. Ambas as cenas mostram assim humanos a enfrentar animais perigosos, o que sugere que são complementares, relata o IFLScience.
Os investigadores acrescentam que os dentes do leopardo e os cornos do touro foram exagerados para enfatizar precisamente o perigo em que os homens estavam.
“Estas figuras, gravadas juntas para mostrarem uma narrativa, são os primeiros exemplos de uma cena holística. Isto foi uma imagem das histórias que formaram a ideologia das pessoas daquele período”, revela Eylem Özdoğan, arqueóloga e autora principal do estudo.
As obras foram encontradas num grande edifício comunal que provavelmente era o palco de grandes reuniões e festas. Não se sabe quem está retratado nas figuras, mas os autores acreditam que terão sido indivíduos importantes ou figuras míticas de algum conto da altura.
Ainda há uma enorme lacuna no nosso conhecimento histórico sobre o período por volta do século IX A.C., quando a população no Crescente Fértil começou a abandonar o estilo de vida nómada e passou a viver em comunidades sedentárias alimentadas pelas produções agrícolas.
As descobertas arqueológicas como esta ajudam-nos a completar este puzzle. “As evidências arqueológicas podem fornecer algumas informações sobre as tradições das sociedades do passado. Sayburç tem evidências muito claras a este respeito e tem o potencial de nos dizer muito sobre a sociedade neolítica que ainda não sabemos”, remata Özdoğan.
Está bem esgalhada essa…