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Óbitos por covid-19 devem diminuir na próxima semana, mas as previsões “são muito incertas”

Mário Cruz / Lusa

O número de óbitos associados à covid-19 deve começar a baixar na próxima semana, indicou o primeiro-ministro, com base em “relatórios prospetivos” de especialistas, apesar de admitir que as previsões “são muito incertas”.

“Aquilo que os relatórios prospetivos indicam é que, provavelmente, na próxima semana já começaremos a diminuir o número de novos óbitos, mas essas previsões são muito incertas e aquilo que temos de trabalhar é para evitar novos casos, novos internamentos e novos óbitos, porque cada vida é em si única e insubstituível”.

E é uma perda absoluta, sejam 90, 80 ou 10. Temos de fazer tudo para travar esta pandemia e evitar o número de óbitos”, frisou.

Em declarações aos jornalistas por videoconferência no ‘briefing’ após o Conselho de Ministros realizado para avaliar as medidas restritivas para a quadra natalícia, o chefe de governo recorreu também aos pareceres técnicos para explicar por que o número de mortos continuar elevado quando o número de novos casos e de internamentos já está em queda face às últimas semanas.

“Aquilo que os especialistas têm indicado é que costuma haver uma dilação temporal entre o período onde deixamos de aumentar o número de novos casos. A seguir, passamos à fase em que começa a diminuir o número de internamentos. Só depois, finalmente, atingimos esse momento mais ansiado, em que podemos começar a diminuir o número de novos óbitos”, observou António Costa, num dia em que Portugal contabilizou mais 87 mortes relacionadas com a covid-19 e 4.320 novos casos de infeção.

O boletim desta quinta-feira revelou também que estão internadas 3.142 pessoas, menos 39 do que na quarta-feira, das quais 494 em cuidados intensivos, mais oito.

Na mesma intervenção, o primeiro-ministro considerou “justo” que os profissionais de saúde tenham a primeira prioridade no processo de vacinação e afirmou que seria difícil selecionar nove mil em 90 mil residentes em lares de idosos.

Interrogado sobre o que levou o Governo a atribuir a primeira prioridade da vacinação a profissionais de saúde e não a residentes em lares, o líder do executivo alegou que “o critério de vacinação tem diferentes fases”.

“E tem é de ser ajustada cada operação de vacinação em função da quantidade do número de doses que vão ser entregues. Ora, neste primeiro lote que vai ser entregue ainda antes do final do ano, são cerca de nove mil doses. Por isso, tinha de se adotar ser entregue àquele grupo de pessoas que, fazendo parte da primeira parte, permitem uma cobertura eficaz e tão universal quanto possível, e não a conjuntos em que certamente se deixariam muitas de pessoas de fora”, justificou.

António Costa observou então que as pessoas residentes de lares são cerca de 90 mil.

“Ora, estarmos a selecionar nove mil dessas 90 mil seria obviamente difícil e porventura ser ia muito injusto. É mais seguro, mais justo e mais compreensível podermos atribuir este primeiro lote, que é relativamente simbólico para o resto da operação, a um universo de 9.950 pessoas que poderão ser objeto da vacinação a partir de dia 27″.

Na mesma declaração, Costa revelou ainda que vai manter as restrições já anunciadas para o Natal, mas que terá de apertar as regras no Ano Novo.

ZAP // Lusa

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