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Obama diz que Estados Unidos não estão curados do racismo

jmsloan / Flickr

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

O presidente norte-americano, Barack Obama, advertiu sobre a sombra da segregação que ainda paira sobre a sociedade norte-americana, afirmando, numa entrevista hoje divulgada, que os Estados Unidos ainda não conseguiram superar a questão do racismo.

“Não estamos curados do racismo”, disse Obama, numa entrevista ao programa de rádio “WTF with Marc Maron”, hoje transmitida, dias depois do tiroteio numa igreja frequentada por uma comunidade maioritariamente negra em Charleston, no estado norte-americano da Carolina do Sul.

O autor confesso do tiroteio, um jovem branco, identificado como Dylann Roof, matou nove pessoas aparentemente por motivos raciais.

Não é só uma questão de não dizer a palavra ‘negro’ em público porque é de má educação. Não é isso que determina se existe ou não racismo”, referiu Obama, o primeiro Presidente afro-americano na história dos Estados Unidos.

“Não é só uma questão de discriminação patente. As sociedades não apagam por completo, de um dia para o outro, o que se passou 200 ou 300 anos antes”, prosseguiu o governante.

O legado da escravatura, das leis de segregação racial e a discriminação em quase todas as instituições das nossas vidas têm um impacto duradouro e continuam a fazer parte do nosso ADN“, acrescentou.

Tal como afirmou nas suas primeiras declarações públicas após o tiroteio em Charleston, Barack Obama voltou a insistir, nesta entrevista ao comediante Marc Maron, que é possível actuar sobre estas matérias, defendendo medidas “de bom senso” para o controlo das armas nos Estados Unidos, para que tragédias deste tipo sejam “menos prováveis”.

Dylann Roof, de 21 anos, foi detido horas depois do tiroteio, ocorrido na quarta-feira à noite, e foi formalmente acusado de nove crimes de homicídio. O jovem arrisca-se a uma pena de morte.

Roof confessou a autoria do crime, que aparentemente cometeu para iniciar uma “guerra racial”.

No tiroteio morreram nove pessoas: três homens e seis mulheres. Entre as vítimas mortais figurava o pastor Clementa Pinckney, uma figura importante da comunidade negra local e representante democrata no Senado do Estado.

/Lusa

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