Foi a primeira vez que o Irão atacou directamente Israel. Uma (outra) guerra mais global está mais próxima desde o dia 13 de Abril.
Pensava-se que o maior perigo de uma guerra global estava na Rússia. Depois da Ucrânia, Vladimir Putin estará a planear invadir outros países e um conflito com a NATO é cada vez mais uma hipótese comentada.
Mas, agora, surge um segundo foco provavelmente ainda mais perigoso: Médio Oriente.
Desde Outubro que Israel tem travado uma guerra com o Hamas em Gaza, mas agora a escala é outra – com o Irão.
O dia 13 de Abril de 2024 é histórico na relação entre os dois países: pela primeira vez, o Irão atacou directamente Israel.
Aconteceu na noite passada, quando foram disparados 170 ‘drones’, mais de 30 mísseis de cruzeiro e mais de 120 mísseis balísticos. 99% dos aparelhos foram interceptados por Israel, neste ataque parcialmente controlado por parte do Irão, que não queria causar muitas vítimas.
As reacções de preocupação foram imediatas, em diversos contextos.
Começamos por Portugal: o primeiro-ministro Luís Montenegro escreveu que o Governo português “condena veementemente” o ataque do Irão a Israel. “Apela à contenção, em ordem a evitar uma escalada da violência”.
António Guterres, secretário-geral da ONU, também condenou “fortemente” este ataque, que é uma “escalada séria” do Irão.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, pediu já de madrugada para que “todos os actores evitem uma maior escalada”.
Já a China, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, manifestou que está “profundamente preocupada” com o agravamento da situação no Médio Oriente.
Era o que Netanyahu queria
É de facto uma “escalada perigosa”, como destaca a capa do jornal Público neste domingo.
Mas era o que Benjamin Netanyahu pretendia. O comentador Filipe Vasconcelos Romão disse na RTP que o primeiro-ministro de Israel queria um conflito mais alargado, com o Irão como outro protagonista.
“Para sobreviver a nível político, Netanyahu precisava de uma lógica de conflito alargado no Médio Oriente” – que já é uma região “barril de pólvora” há anos.
Ou seja, quando Israel atacou o consulado do Irão no dia 1 de Abril, Benjamin Netanyahu já estava a pensar (e a desejar) esta consequência.
Ricardo Alexandre concorda: Netanyahu “prefere este clima de guerra aberta do que contenção”.
Mas o especialista em assuntos internacionais deixa uma pergunta: “É disto que os israelitas precisam?”.
“Foi uma irresponsabilidade de Israel. Irão é o adversário mais perigoso para Israel e vice-versa. A guerra aberta não interessa a ninguém“, alertou Ricardo, na TSF.
Por outro lado, este ataque “interessa muito” a uma certa liderança política do Irão, que não tem apoio da população. É um momento para “mobilizar apoio da população que, de outra forma, não tem”.
“Não se metam!”
Mas o risco de escalada global é sério.
Os EUA, através do seu presidente Joe Biden, já repetiram que estão do lado de Israel e vão fazer tudo para defender o país – aliás, ajudaram os israelistas a travar 99% dos drones e mísseis do Irão.
E o Irão já avisou os EUA para ficarem fora deste conflito. Também deixou outro aviso: se Israel retaliar, a resposta do Irão será maior.
“Conduzida com base no artigo 51.º da Carta das Nações Unidas relativo à legítima defesa, a ação militar do Irão foi uma resposta à agressão do regime sionista contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco. O assunto pode ser considerado encerrado. No entanto, se o regime israelita cometer outro erro, a resposta do Irão será consideravelmente mais severa. Trata-se de um conflito entre o Irão e o regime israelita desonesto, do qual os EUA devem ficar afastados”, escreveu a missão permanente do Irão na ONU.
Conducted on the strength of Article 51 of the UN Charter pertaining to legitimate defense, Iran’s military action was in response to the Zionist regime’s aggression against our diplomatic premises in Damascus. The matter can be deemed concluded. However, should the Israeli…
— Permanent Mission of I.R.Iran to UN, NY (@Iran_UN) April 13, 2024
O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai realizar uma reunião de emergência, neste domingo.
Contexto
Tal como refere a publicação da missão do Irão nas Nações Unidas, o ataque inédito na noite passada foi uma resposta.
Resposta ao que aconteceu no dia 1 de Abril, quando um ataque israelita matou vários membros da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão, no consulado do Irão em Damasco, Síria.
Duas das vítimas mortais eram comandantes do Irão: Mohammad Reza Zahedi, líder dos serviços secretos militares no Líbano e na Síria, e Mohammad Hadi Haji Rahimi, o número dois da mesma organização.
O ataque nunca foi reivindicado oficialmente por Israel.
Mas logo na altura, o Irão prometeu uma retaliação “dura”. Planeou um ataque durante 12 dias e agora os iranianos celebram:
Iranians have gathered in Palestine square in Tehran, celebrating Iran attack on Israel. pic.twitter.com/EjM6EJ4bKW
— Ihtisham Ul Haq (@iihtishamm) April 13, 2024
Aguarda-se resposta de Israel – que pode não atacar sozinho.
Israel precisava de uma manobra de diversão, devido ao genocídio contra civis em Gaza, que afastou a opinião pública global de Israel e apoio à liberdade e direitos humanos dos Palestinos.
Por isso violou mais uma vez a Lei Internacional e atacou a embaixada iraniana na Síria.
Parece que terá tido 3 objectivos estratégicos principais:
– provocar o Irão a uma retaliação para poder usar o trunfo antigo de “vítima” e tentar recuperar a opinião pública.
– tirar a atenção de Gaza pelos media.
– puxar os Estados Unidos para uma guerra regional e possivelmente iniciar a 3ra guerra mundial.
Por enquanto, não há motivo para pânico. Falando sobre o período atual, Jesus declarou: “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o cumprimento [do sinal].” (Mateus 24:6)
A guerra nuclear global (este será o cumprimento do sinal de Jesus) vai começar com um conflito étnico. (Mateus 24:7)
O profeta Daniel escreve: “No tempo designado [o rei do norte] voltará [as tropas russas voltarão para onde estavam anteriormente estacionadas. Isto também significa ação militar, grande crise, desintegração da União Europeia e da NATO. Muitos países do antigo bloco de Leste voltará à esfera de influência russa]. E entrará no sul [este será o início de uma guerra nuclear], mas não serão como antes ou como mais tarde [estas ações militares não conduzirão a uma guerra nuclear global. Esta guerra só começará após o retorno do rei do norte, e por causa do conflito étnico], porque os habitantes das costas de Quitim [o distante Ocidente, ou para ser mais preciso, os americanos] virão contra ele, e (ele) se quebrará [mentalmente], e voltará atrás”. (Daniel 11:29, 30a)
Este será um abate mútuo. A “poderosa espada” também será usada. (Apocalipse 6:4)
Jesus o caracterizou assim: “coisas atemorizantes [φοβητρα] tanto [τε] quanto [και] extraordinárias [σημεια] do [απ] céu [ουρανου], poderosos [μεγαλα] serão [εσται].” É precisamente por causa disso haverá tremores significativos ao longo de todo o comprimento e largura das regiões [estrategicamente importantes], e fomes e pestes.
Muitos dos manuscritos contém as palavras “και χειμωνες” – “e geadas”.
A Peshitta Aramaica: “וסתוא רורבא נהוון” – “e haverá grandes geadas”. Nós chamamos isso hoje de “inverno nuclear”. (Lucas 21:11)
Em Marcos 13:8 também há palavras de Jesus: “και ταραχαι” – “e desordens” (a falta de ordem pública).
A Peshitta Aramaica: “ושגושיא” – “e confusão” (sobre o estado da ordem pública).
Este sinal extremamente detalhado se encaixa em apenas uma guerra. Isso não será o fim do mundo. Mas todas essas coisas serão apenas como as primeiras dores de um parto. (Mateus 24:8; cf. Isaías 5:24,25)
Este também será o início do Dia do Julgamento. (Apocalipse 1:10)
Isso não acontecerá em breve, mas de maneira repentina. (Apocalipse 1:1)
Ainda há tempo para a reconciliação com Deus.