O exercício militar histórico que está a decorrer não é só para treino leve. A paz global não é um dado adquirido.
Na semana passada começaram os maiores exercícios militares da NATO em mais de 30 anos.
Desde o fim da Guerra Fria que não se via um aparato destes: 90 mil soldados de todos os 31 países-membros, mais a Suécia, que está em processo de adesão. E prolongam-se até Março.
Estão a decorrer entre países bálticos, Alemanha e Polónia, e não são apenas para “aquecer”: é uma preparação real da aliança para uma eventual guerra com a Rússia.
O contexto é arriscado e, nas últimas semana, vieram avisos sérios em relação a uma possível guerra global. Chegaram da Suécia, de um plano secreto da Alemanha, da Estónia, da Eslováquia, e mais recentemente do Reino Unido, que se deve mentalizar para um conflito militar com a Rússia.
A paz global “não é um dado adquirido”, reforçou o Almirante Rob Bauer, da NATO.
No jornal Observador, uma investigadora em política de segurança europeia, Minna Ålander, explica que, ao longo destes dois anos de guerra na Ucrânia, a Rússia aproveitou – de forma eficiente – para criar uma economia de guerra e produção de armamento.
E, nesta altura, alerta: “Já não parece inimaginável que a Rússia se sinta empoderada para atacar a NATO, tendo em conta como o seu ataque à Ucrânia também se baseou numa má avaliação“.
O Governo de Moscovo está a apostar cada vez mais na defesa, no sector militar. E uma derrota na Ucrânia poderia ser má para o resto do mundo, porque Vladimir Putin iria querer atacar mais.
Mais uma vez, o problema pode aumentar se Donald Trump for eleito presidente dos EUA – que deverá acabar com a ajuda do seu país à Ucrânia. Uma NATO sem o apoio dos EUA não é a mesma coisa.
Há outra questão fulcral: confiança entre países e entre líderes. “Não podemos planear uma Defesa conjunta se não confiarmos uns nos outros”, comenta o investigador Christos Katsioulis.
Guerra na Ucrânia
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