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O que se passa com Marcelo: “Está a mostrar o que diria sem qualquer controle”

José Sena Goulão / LUSA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República tem protagonizado alguns momentos diferentes. É também uma questão de ego e de calendário eleitoral.

Não é a primeira vez que deixamos no ZAP esta pergunta: “O que se passa com Marcelo?”.

Marcelo Rebelo de Sousa é um presidente da República com uma postura bem distinta dos quatro anteriores, no período pós-25 de Abril.

Mas, ao longo dos últimos dois meses, Marcelo tem protagonizado momentos… originais.

Primeiro em Alcáçovas, Viana do Alentejo, quando disse a uma mulher: “Senta-te aí na cadeira. A cadeira aguenta?”.

Poucos dias depois, no Canadá, o comentário para a Maria, mãe da Maria mais jovem: “A filha ainda apanha uma gripe, já viu bem, com o decote?“.

Em Outubro, quando recebeu a selecção nacional de râguebi, fez um gesto de “ralhar” com a mão para o ex-seleccionador Patrice Lagisquet e depois protagonizou um cumprimento peculiar, à distância, enquanto foi tradutor dele próprio.

@abreolhos22 Tradutor?? Marcelo Rebelo de Sousa virou tradutor da casa Branca na homenagem a Seleção Nacional de Rugby #foryou #insólitos #portugal🇵🇹 #paravoce #humor #marcelo #presidente Marcelo #istoegozarcomquemtrabalha #ricardoaraujopereira #sic #rugby ♬ som original – ABRE_OLHOS

O calendário eleitoral é determinante. Mais do que o avançar da idade do presidente que tem agora (quase a completar 75 anos).

“Há aqui o ego. Todos temos ego e há dois tipos de ego: de construção e de deslumbramento”, começou por explicar Alexandre Monteiro, especialista em decifrar pessoas, em entrevista ao ZAP.

Depois, concretizou. O ego de construção: “Quando precisamos do amor de alguém, condicionamos os nossos comportamentos para que os outros gostem mais de nós”.

O ego do deslumbramento: “Quando não precisamos do amor de ninguém, assumimos os nossos comportamentos naturais, normais. Já não precisamos de agradar”.

As fronteiras emocionais deixam de ser importantes e a pessoa “passa a mostrar muito mais o que ela é”.

Ou seja, como é o seu último mandato enquanto presidente da República, como já não vai a votos novamente, Marcelo Rebelo de Sousa entrou no ego do deslumbramento e está agora a mostrar “o que diria sem qualquer controle”. Os limites e os filtros quase desapareceram, porque “já não tem a necessidade de agradar a ninguém“.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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