O jogo do PS foi interrompido aos 40 minutos, “quando as coisas começavam a endireitar”

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Mário Cruz / Lusa

O primeiro-ministro lamentou este sábado que a ação do Governo tenha sido interrompida a meio do mandato, como um aluno sujeito a exame antes de terminar o segundo período, mas afirmou acreditar que o PS vai ganhar as eleições.

O primeiro-ministro António Costa deu este sábado o seu contributo à campanha do PS, num comício do PS no Porto que encheu o pavilhão Rosa Mota, num discurso em que defendeu o legado dos seus governos.

António Costa acusou a AD de “impreparação”, contrapondo com a experiência executiva do atual líder socialista, Pedro Nuno Santos, e advertindo para os riscos e para a complexidade do cenário internacional.

Costa amigo o povo está contigo”, gritou-se momentos antes de António Costa iniciar o seu discurso, uma intervenção em que procurou sobretudo dirigir-se aos eleitores indecisos em relação ao sentido de voto nas legislativas do próximo dia 10.

O líder do executivo começou por referir que os seus governos já foram avaliados duas vezes em eleições legislativas.

 “Em 2019, fomos avaliados pela forma como virámos a página da austeridade e tivemos bom mais; fomos avaliados em 2022 pela forma como enfrentámos a pandemia da covid-19 e tivemos excelente” disse, numa alusão à maioria absoluta do PS.

Depois, António Costa criticou a forma como a legislatura foi interrompida, dizendo que o atual executivo só deveria ser avaliado dentro de dois anos.

“Estamos na situação um pouco estranha do aluno que é sujeito a exame ainda quando nem sequer acabou o segundo período. Para aqueles como Pedro Nuno Santos que é portista, estamos naquela situação em que o jogo com o Santa Clara tinha acabado aos 40 minutos” com os açorianos ainda a vencerem o FC Porto, disse.

Uma imagem que serviu para António Costa transmitir a seguinte mensagem a propósito da decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocar eleições antecipadas: “Em vez de nos deixarem chegar aos 90 minutos para sermos avaliados, interromperam o jogo aos 40 minutos”.

“Mas, mesmo aos 40 minutos, vamos ganhar as eleições”, afirmou, recebendo uma prolongada ovação.

O primeiro-ministro cessante advertiu também que o cenário internacional é muito complexo e que os próximos anos serão muito exigentes para Portugal, razão pela qual defendeu que não se deve apostar na inexperiência e em soluções que não funcionam.

Com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, a escutá-lo na primeira fila, assim como muitos destacados dirigentes socialistas, o líder do executivo deixou uma questão sobre o que poderá estar em causa nas eleições do próximo dia 10.

“Será que vale a pena, agora que as coisas se começam a endireitar, fazer uma mudança sem segurança, em vez de dar oportunidade ao Pedro Nuno Santos para continuar o trabalho que temos vindo a desenvolver, agora com mais energia, com novas ideias, mas sem mudança de rumo?”, perguntou.

António Costa disse não ter dificuldade em assumir que era possível o seu Governo ter feito melhor. “Não tenho dificuldade em aceitar que é sempre possível fazer melhor. Mas não é altura de arriscarmos com experiências, nem com a repetição de soluções que já se demonstraram que não funcionam. Não é altura de arriscarmos com experiências de quem não tem experiência”, acentuou.

Já na parte final, fez uma alusão às diferentes sensibilidades existentes no seu partido, mas para desdramatizar esse fator.

“É muito bom que o PS esteja aqui todo, na sua pluralidade, mas também naquilo que é a garantia de confiança que emprestamos ao povo português. Este é o PS que desde Mário Soares nunca deixou de ser o que era e que nunca, em circunstância alguma, deixou de estar ao seu lado em momentos de dificuldade”, disse.

Depois, referiu-se especificamente ao seu sucessor na liderança do PS, fazendo uma alusão ao facto de ter sido secretário de Estado e ministro nos seus governos., do qual se demitiu em setembro de 2022, na sequência da controvérsia em torno da saída de Alexandra Reis da TAP.

Pedro Nuno Santos é um político com experiência, que já teve de decidir, teve de fazer escolhas, sabe que não pode prometer aquilo que lhe possa passar na alma, porque sabe que cada promessa tem um custo – e que esse custo é cobrado um dia”, referiu.

Para António Costa, na atual conjuntura, Portugal “precisa de dar outra vez a confiança ao PS e fazer de Pedro Nuno Santos o próximo primeiro-ministro”.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. Grande estadista, não há melhor a distribuir pobreza pelo seu “povo”, já os amigos é aos 75.500 em livros.
    Estamos no bom caminho, segundo as empresas de rating a nossa divida já é A-, tal como em 2011.
    Pergunto, será que estamos outra vez em bancarrota?

  2. A falta de vergonha deste gajo, mentiroso compulsivo, que lata!!!! Alguém o obrigou a demitir-se ? Se tinha a consciência tranquila porque o fez? E pensar que em 2019 votei neste mentiroso….Meu Deus…

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  3. Por certo, os Bombeiros, Enfermeiros, GNR, Médicos , Professores, PSP etc, etc, etc… não podiam estar mais de acordo. Nunca a distribuição de riqueza em Portugal foi tão “equitativa” como nestes últimos 8 anos.

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  4. 75.800€ mais concretamente.
    Alguma dúvida, é perguntar à IKEA. Eles têm uma estante dimensionada para essa quantia.

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  5. Oooooooooooooooh, Costa! A lista de escândalos é enorme, se jogasses os 90 minutos… quantos ficavam com a cara limpa para deputados? Caberiam no taxi ou no uber?

  6. A desfaçatez com que esta gente mente é arrepiante!!! Infelizmente há muitas pessoas que acreditam neste discurso.

  7. O jogo foi interrompido, faz hoje, exatamente QUATRO MESES, e até agora, NADA se seguiu à interrupção.
    Nem indicios, nem culpas, nem constituição de arguido… NADA!
    Assim se derruba um governo, se coloca na lama um nome e um país.
    E o povo, inculto e pobre de espírito, concorda, juiga, condena e festeja.
    Sempre pensei que 50 anos fossem mais que suficientes para que todos os portugueses pudessem adquirir alguma cultura cívica e democrática.
    Fico triste com estes comentários que provam que nem outros 50 anos seriam os suficientes para isso acontecer. Lamentavelmente.
    A partir do próximo dia 10, após eleições que o povo não pediu, teremos 4 anos para avaliarmos e apararmos os danos.
    De um golpe de estado aproveitado e festejado, promovido pela insensatez e ligeireza inconsequente da (in) justiça.
    Boa sorte para todos nós. Tontinhos dos comentários incluídos.

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