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O homem que tramou Temer tem 133 milhões no estrangeiro para Lula e Dilma

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Antonio Cruz / Agência Brasil

Lula da Silva e Dilma Rousseff

Lula da Silva e Dilma Rousseff

O empresário brasileiro Joesley Batista manteve duas contas no exterior, no valor de 150 milhões de dólares (133 milhões de euros) para pagamento de subornos aos ex-Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

A declaração faz parte de um depoimento aos procuradores brasileiros que fazem parte da Operação Lava Jato, num acordo de colaboração do empresário com a Justiça, e que foi divulgado hoje.

O dono da JBS revelou que o dinheiro era gerido pelo ex-ministro das Finanças de Dilma Rousseff, Guido Mantega, que teria pedido para o empresário abrir as contas, uma para Lula da Silva e outra para Dilma Rousseff.

O ex-ministro também o orientou a gastar o saldo destas contas em campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT) e outras formações partidárias aliadas em 2014.

Joesley Batista contou que Guido Mantega lhe disse que tanto Lula como Dilma sabiam das contas no exterior, mantidas com dinheiro desviado dos negócios firmados pela JBS com o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) e com fundos de pensões.

Batista acrescentou que chegou a procurar Dilma Rousseff para contar que o dinheiro estava a acabar, e que mesmo assim ela o autorizou a fazer uma transferência no valor de 30 milhões de reais (8,2 milhões de euros) para a campanha do atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

No depoimento, Joesley Batista alegou que não conhecia Lula da Silva muito bem, mas destacou que informou o ex-Presidente das doações numa reunião.

“Eu fui lá ao Lula e disse: Nós estamos fazendo esta doação, somos o maior doador e essa conta nossa já passou de 300 milhões de reais [82 milhões de euros], o senhor está vendo a exposição que vai ser isto”, relatou.

O Presente Lula da Silva ficou olhando para mim e não falou nada, não falou nem sim nem não e ficou um silêncio na sala”, completou Joesley Batista.

Os advogados de Lula da Silva enviaram uma nota à imprensa em que alegam que “as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula [da Silva] não decorrem de qualquer contacto com o ex-Presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros”, que não foram comprovados.

Depois da divulgação do depoimento, a assessoria de imprensa de Dilma Rousseff divulgou uma nota afirmando que a ex-Presidente “jamais tratou ou solicitou doações de qualquer empresário, nem pagamentos ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos”.

O texto conclui apontando que “Dilma Rousseff jamais teve contas no exterior. Nunca autorizou, em seu nome ou de terceiros, a abertura de empresas em paraísos fiscais”.

PGR acusa Temer de obstrução à Justiça

O Presidente do Brasil, Michel Temer, e o senador afastado Aécio Neves atuaram em conjunto para impedir o avanço das investigações de corrupção da Operação Lava Jato, anunciou esta sexta-feira o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

A acusação consta no documento que a Procuradoria Geral da República (PGR) dirigiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que está na origem na abertura do inquérito contra o chefe de Estado brasileiro.

Segundo Janot, Aécio Neves, em articulação com outros políticos, incluindo o Presidente, tentou impedir o avanço da operação Lava Jato sugerindo a escolha de delegados da polícia corruptos para a condução das investigações.

“Assim, vemos a possível prática do crime de obstrução da justiça“, destaca Rodrigo Janot, no documento enviado ao magistrado do STF, Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato.

O PGR também considera que Michel Temer cometeu os crimes de corrupção passiva e formação de organização criminosa.

O pedido de abertura de inquérito assinado pelo Procurador-Geral destaca que a gravação entregue pelo empresário mostra que Michel Temer deu “aval” para comprar o silêncio de Eduardo Cunha, ex-presidente da câmara baixa brasileira, atualmente a cumprir pena de prisão por corrupção.

Num comunicado emitido pela Presidência da República é sublinhado que “Michel Temer não recebeu valores, a não ser os permitidos pela Lei Eleitoral e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral. Portanto, não tem envolvimento em nenhum tipo de crime”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. ate que enfim !!!!… vamos torcer para que miller tambem seja preso e explique como foi organizada a quadrilha para tramar temer!!!! o pt ainda tem muitos aliados nas varias estancias do poder e da justiça….mas quem sabe um a um va caindo de podre.

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