Irrita adeptos, adversários e até jornalistas: os maus exemplos de Farense e Sporting

Hugo Delgado / LUSA

Pastor (Farense) queixa-se após ser atingido por bola enviada pelo apanha bolas durante o jogo com o Vitória de Guimarães

Bruno Lage falou nas “muitas faltinhas” no Benfica-Sporting. Já em Guimarães, o teatro tomou conta do jogo do Farense.

O futebol em Portugal já é um palco de teatro, muitas vezes. Mas agora que os jogos são mesmo decisivos, é o “vale tudo”. Qualquer coisa que sirva para queimar tempo, anti-jogo… serve.

Nesta 33.ª e penúltima jornada da I Liga (que afinal nem decidiu nada em nenhuma parte da classificação), foram mais evidentes os casos do Benfica-Sporting e do Vitória de Guimarães-Farense.

Começamos pela origem desta análise: o desabafo no zerozero sobre o que se passou depois do golo do primeiro Farense em Guimarães.

Marco Matias inaugurou o marcador logo aos 5 minutos e, a partir daí, “pouco se jogou. O Farense colocou os onze jogadores atrás da linha da bola e aproveitou todas os momentos em que o jogo parou para fazer algo que é muito comum em Portugal, mas não deveria ser: o típico queimar de tempo“.

Uma anedota bem visível nas imagens da Sport TV aconteceu aos 22 minutos: o guarda-redes do Farense, Kaique, tinha a bola nas mãos e, quando viu um adversário no chão, deixou-se estar no chão e queixou-se de que lhe doía algo, por um alegado contacto na jogada anterior – mas Kaique tinha seguido jogo, normal, quando houve esse contacto.

Mais uma cena de teatro: Pastor ia fazer um lançamento lateral, passaram duas bolas por si, não apanhou nenhuma (uma delas era difícil); a terceira bola enviada pelos apanha-bolas acertou no ouvido do jogador do Farense – que parecia que precisava de ir ao hospital, com tantas queixas. Só nesta novela, perdeu-se quase um minuto e meio. Mas, no relato da Sport TV, ainda se ouviu o comentário: “Há que perceber também o lado do Farense”.

Perspectiva diferente teve o zerozero: “O Vitória SC pouco ou nada conseguiu criar e o jogo adversário irritou os jogadores e adeptos vitorianos e, a bem da verdade, praticamente todos os presentes na sala de imprensa do D. Afonso Henriques. De futebol, pouco teve“.

“Emoção não faltou, anti-jogo também não”, lê-se na crónica, que deixa uma pergunta central: “Ganhar, mas a que custo?”. De facto, o Farense ganhou. No marcador por 2-1, no anti-jogo por muito mais.

Benfica 24-14 Sporting

O Benfica-Sporting terminou com 1 golo para cada lado mas terminou também com 24-14 em faltas. 24 faltas do Benfica: eram mesmo faltas? Todas? Nem por isso. Enganar o árbitro foi um hábito do Sporting.

Como Trincão marcou logo aos 3 minutos, o Sporting passou o jogo quase todo a ter jogadores no chão, a querer faltas a todo o momento, a queixar-se de imensas dores.

“São muitas faltinhas, foi exagerado, são faltas exageradas que quebram o ritmo do jogo”, disse o treinador do Benfica, Bruno Lage, depois do dérbi.

Os adeptos do Benfica queixaram-se na RTP, já no exterior do estádio: “Houve muito anti-jogo“, salientando também as atitudes de Rui Silva, guarda-redes do Sporting.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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