O “dux” João Jardim diz que Montenegro é “muito caloiro”

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PSD / Flickr

Ex-Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim

Alberto João Jardim disse, esta segunda-feira, entender o discurso do líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, a vincar que não governa a região sem maioria absoluta, e acusou Luís Montenegro de ser “ser muito caloiro”.

Nas eleições regionais de domingo a coligação formada por PSD e CDS-PP obteve 43,13% dos votos e elegeu 23 dos 47 deputados, ficando a um da maioria absoluta.

O ex-Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse, em entrevista ao jornal Público, que entendeu a razão pela qual Miguel Albuquerque disse que não governava sem maioria absoluta.

“Sempre entendi que o que [Albuquerque] queria dizer quando falou em se demitir era ter um governo de maioria absoluta. A Madeira é um sistema parlamentar. Eu não sei o porquê de tanto barulho. É verdade que o resultado da coligação não é famoso, mas não há solução governativa neste momento sem o PSD”, vincou.

Jardim, que presidente do Governo Regional da Madeira entre 1978 e 2015, diz que não se deveria ter chegado ao ponto de ter de convidar um deputado eleito por outra força política que concorreu às eleições para fazer maioria, nomeadamente Mónica Freitas, do PAN, ou Nuno Morna, da Iniciativa Liberal.

Atrás da coligação PSD e CDS-PP, nas eleições de domingo, ficaram o PS, que elegeu 11 deputados, tendo perdido oito face às eleições de 2019, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU, o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.

“Demonstra ser muito caloiro”

O social-democrata confessou ainda que não compreendeu a tirada “Montenegro 1 – Costa 0”, proferida pelo líder nacional do PSD, no discurso de rescaldo das eleições regionais.

Apesar de ver Luís Montenegro como “uma pessoa intelectualmente honesta”, o antigo presidente do Governo madeirense considera que o líder nacional dos sociais-democratas está “a demonstrar ser muito caloiro”, .

Alberto João Jardim considera que o líder do PSD não teve “um discurso feliz”, porque, no seu entender, nada havia para festejar.

“Não festejou coisa nenhuma porque não houve vitória. Isto foram as eleições onde todos perderam. É uma penalização do PSD e do PS. É a revolta da classe média. Esta gente está farta da falta de coragem de alterar o sistema”, vincou.

O histórico do PSD/Madeira considerou humilhante para a região autónoma a presença de líderes nacionais em eleições regionais e reivindicou uma autonomia com soluções adequadas, que contemplam necessariamente a regionalização de Portugal.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. «…O sistema político da Constituição de 1976 está gasto, transformou a Democracia, Esperança do 25 de Abril, num “ancien régime”.
    Transformou-A numa partidocracia subordinada a várias oligarquias, onde impera o poder do dinheiro e não o Primado da Pessoa Humana, nem a soberania do Povo.
    O Estado Social vem sendo descaradamente destruído e agravam-se as desigualdades sociais.
    Os menos esclarecidos julgam que os centros de decisão mais importantes ainda estão nos Partidos, e não, como agora, nas sociedades secretas cujos interesses financeiros, protegidos por uma desregulação selvagem, dominam o Estado.
    Portugal, por culpa da passividade e da incompetência, foi transformado num protectorado de uma Europa sem coragem de se autoconstruir, afundada no Relativismo e rejeitando Princípios, Valores e Ideologias.
    Está assim comprometido o Interesse Nacional e o Bem Comum dos Portugueses.
    Também a posse das máquinas informativas pelos poderes aqui denunciados, ajuda a convencer os Portugueses de que não há outro caminho de Regeneração, de Democracia e de Desenvolvimento Integral da Pátria, a não ser o deste percurso de “apagada e vil tristeza” por onde nos forçam os “velhos do Restelo” do século XXI português.
    Os socialmente mais débeis são os mais covardemente atingidos e sofredores, porque assim o escolheram as oligarquias e as sociedades secretas.
    A crise tinha de ser enfrentada, mas não desta maneira de genocídio social…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»

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