Adora Salazar e defende a PIDE. O novo secretário no Ministério dos Negócios Estrangeiros

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Jornal de Proença

Vitório Cardoso, ex-militante do PSD de Macau

Ex-militante do PSD de Macau é o novo secretário pessoal do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Bloco deixa Rangel sob fogo e teme nomeação de “lobista e apologista de ditaduras”.

Nega a existência de racismo em Portugal e vangloria ditaduras e a PIDE.

A detenção de elementos de organizações fascistas e neonazis em Portugal é, para si, nada mais nada menos que um “reflexo da formatação cultural dada pelo ensino de esquerda”.

“Exalta as ditaduras franquista e salazarista, diz que Aristides Sousa Mendes ‘pôs em risco a vida de todos os portugueses’, que o 25 de Abril foi ‘um dia de luto’ e defende a PIDE por considerar que teve ‘um papel fundamental para combater os atos subversivos da oposição política’, em prol da ‘unidade, liberdade e soberania nacionais’”, lembra o Bloco de Esquerda em documento, citando o blogue do próprio, Portas do Cerco.

Com uma foto e uma citação de Salazar, o deputado municipal em Proença-a-Nova celebrou o nascimento do ditador, em 2019, e fez o mesmo com Franco. Declara-se, no blogue, monárquico, pró-touradas e elogia o colonialismo, acusa o Bloco.

No PSD, as novas gerações irão “limpar o Partido e por Deus, por Portugal e pelo Povo e Famílias Portuguesas”, rezando e governando “a bem da Nação”, escreveu no mesmo blogue, citado pela Visão em 2014.

É alguém que se tem “destacado pelas posições de extrema-direita”, apesar de ser militante do PSD, denota a revista Sábado esta quinta-feira. É, queixa-se o Bloco, um “lobista e apologista de ditaduras”.

Vitório Cardoso é também, segundo despacho publicado em Diário da República a 4 de julho, o novo secretário pessoal do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas José Cesário.

“Claro conflito de interesse”. Rangel sob fogo

A nomeação do ex-militante do PSD de Macau, grande defensor da trilogia “Deus, Pátria e Família” que, segundo a revista já participou numa manifestação do lado do Chega, preocupa a deputada Marisa Matias, que teme o seu acesso a “informação sensível”.

Vitório “não tem idoneidade, nem deve merecer confiança para lidar com matérias e com informações tão sensíveis” como aquelas que o cargo acarreta, avisa a deputada, dirigindo-se ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, a quem questiona se “considera que alguém que defende ditaduras e polícias políticas pode ser nomeado para um cargo de tamanha confiança política e onde lidará com informação e assuntos sensíveis”.

A parlamentar questiona ainda Rangel sobre se “alguém que tem ficado conhecido pela sua atividade de lobby e de facilitador económico pode ser nomeado para um cargo onde estará em claro conflito de interesse” e se vai “compactuar com esta nomeação, mesmo sendo notório que ela vai ao arrepio de todos os valores que Portugal deve representar”.

Lidará com “todos os atos” ligados às comunidades portuguesas

Vitório, natural de Macau, terá agora acesso a informação sensível, teme o Bloco, uma vez que lidará com “todos os atos” que dizem respeito à Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, bem como “ao Conselho das Comunidades Portuguesas, ao Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I. P., à Comissão Interministerial para as Migrações e Comunidades Portuguesas e à Comissão Organizadora do Recenseamento Eleitoral dos Portugueses no Estrangeiro”.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas também decide sobre pedidos de vistos apresentados nos Serviços Periféricos Externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros e, por exemplo, sobre a designação de trabalhadores para as secções consulares.

“Torna-se óbvio que a nomeação feita não podia ter acontecido nem deve continuar, sob pena de se colocar num lugar de acesso a informação sensível e privilegiada alguém que representa interesses económicos particulares, em clara situação de conflito de interesses”, defende a ex-candidata às presidenciais de 2016.

“Acresce a tudo isto que Vitório Rosário Cardoso é conhecido pela sua atividade de lóbi económico”, aponta ainda Marisa Matias.

Intermediário de negócio entre Portugal e China

Segundo o BE, o agora secretário de José Cesário, frequentador dos meios ultraconservadores de Macau, é “vice-presidente das Regiões Autónomas de Portugal da PORCHAM Portugal, uma empresa que se apresenta como ‘uma plataforma formal para empresas, profissionais e empresários luso-chineses se conectarem’ e que tem como objetivo ajudar ‘as empresas portuguesas a terem uma presença de sucesso na China, assim como as empresas chinesas a terem uma presença de sucesso em Portugal’”.

“É uma atividade que já vem de longe, sendo conhecido o seu papel de intermediário de negócio entre Portugal e China pelo menos desde 2014, tendo inclusivamente acompanhado uma comitiva de empresários chineses no distrito de Viseu, já na altura acompanhando José Cesário”, acrescenta o partido de esquerda.

Frequentou o curso de Turismo, na Universidade de Macau e o curso avançado de Estudos Marítimos, no Instituto de Ciências Políticas da Universidade Católica Portuguesa, mas não concluiu nenhum.

Tomás Guimarães, ZAP //

12 Comments

  1. Claramente se nao continuarem a atribuir lhe cargos de relevancia politica / monetaria, vai filiar se no Chega.

    Esta nomeacao é um tiro no pé para o PSD. Espero que a direcaondo PSD faça algo.

    De qualqier forma ele ja tinha anteriormente cargo politico / autarquico, ja bessa altura o seu cago devianter sido posto em causa.

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  2. Quando uma Ministra deste Governo ameaça com uma limpeza, retirando a “Fruta Podre” , o Montenegro que comece por limpar a casa dele ! . Metem nojo !

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  3. Esse senhor não faz a minima ideia do que se passava na PIDE. O sofrimento de que muitas pessoas passaram foram incríveis.

  4. É esta a imagem que pretendemos dar no exterior?
    Este senhor, que se diz do PSD mas que não passa de um salazarista primário, está no MNE e o seu responsável máximo , o sr. Ministro Paulo Rangel aceita que este tipo de ideias sejam percepcionadas pelo exterior como as perfilhadas pelo povo português? Ou então o sr. ministro também as perfilha, e não me admiro muito, e aceita.
    Há que esclarecer !

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  5. Se adora Salazar pode ir para ao pé dele, perguntar não ofende: e que tem a dizer o PPD e os seus responsáveis por este secretário ou o PPD.

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  6. Oh atento, tu é que pareces meter nojo. Gostas de fruta podre, come-a. Pede-a a certos pantomineiros que vestem a farda da polícia e que são rasquido da sociedade. Limpeza dessa tralha, quanto antes. Ou são pollícias ou são bandidos camuflados e infiltrados na polícia. Ministra, uma mulher arrojada. Parabéns.

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  7. O 25 de abril foi um golpe de estado executado por comunistas radicais. Uns farrapilhas que não tinham onde cair mortos.

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  8. Sra . Ana Campos , quem lhe diz que defendo “Extremistas” no ceio das forças Policiais . Já dei a minha opinião num artigo anterior a esse respeito . Quanto a Sra . não me mete “nojo” , mas sim dó de tanta ignorância ! . faça o favor de ler o meu comentário do Dia 11-Julho a respeito da declaração de Sra . Ministra sobre o assunto en questão . Respeitosamente !

  9. ehhhh camarada, onde viste isso? o 25 de abril resultou dum levantamento de militares que não queriam voltar ao ultramar, e duma quezília de quadros de oficiais que acederam a esses postos, que não tinham a frequência da Academia Militar, eram oficiais milicianos. . Só depois disso +e que o Partido Comunista, mais bem preparado, tentou subverter a situação a favor dos ideais deles

  10. Sr António o Salazar não fez mal a ninguém , nasceu pobre, não enriqueceu na política e só serviu Portugal, como sabia e podia. Morreu pobre. Nem os políticos da altura, eram tão corruptos como agora. Se quer enriquecer vá para a política

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  11. Salazar ao tempo era um anti comunista ferrenho por isso cometeu os erros de se proteger com uma polícia política, igual a dos comunistas, a STAZI e o KGB . A Espanha também tinha uma Polícia, assim como todos os paises anti comunistas. Hoje temos o SIS. Está policia não é violenta porque os direitos humanos são imã razão nos paises democratas
    A Rússia continua a matar

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