Novas explosões em Kiev. Autarca diz que “madrugada será bastante complicada”

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Mikhail Palinchak / EPA

Ao final da tarde desta sexta-feira, foram ouvidos disparos e explosões em Kiev. Os abalos foram sentidos na zona ocidental da capital ucraniana.

A BBC, que cita a agência Reuters, avança que foram ouvidas explosões e intensos tiros em distritos ocidentais de Kiev, já no final da tarde desta sexta-feira.

No Twitter, o jornalista da BBC Abdujalli A escreveu que foram ouvidas “muitas explosões” na parte oeste de Kiev, algo que soou “como fogo de artilharia“.

“As tropas russas estão muito perto da capital.” Kiev terá ativado o sistema antimísseis.

Um correspondente da CNN escreveu na mesma rede social que a central termoelétrica que abastece a capital ucraniana foi destruída pelas forças russas.

À Reuters, Kyiv Vitali Klitchko, autarca da capital ucraniana, confirmou “que no espaço de três a cinco minutos foram ouvidos cinco explosões junto a uma central elétrica no norte da cidade”.

“Os serviços de emergência já estão a caminho. Vamos tentar compreender o que realmente aconteceu”, afirmou. “A situação agora, sem qualquer tipo de exagero, é ameaçadora para Kiev. A madrugada será bastante complicada.

Esta sexta-feira, chegou ao território ucraniano a primeira ajuda militar. O ministro da Defesa da Polónia, Mariusz Błaszczak, disse que o país enviou um comboio militar com munições para ajudar a Ucrânia.

A Polónia – que faz fronteira com a Ucrânia · doou “um comboio militar com munições” ao país, “tendo já entrado no território dos nossos vizinhos”. “Estamos solidários com a Ucrânia contra a agressão russa”, escreveu, no Twitter.

NATO ativa, pela primeira vez, força de reação rápida

A NATO mobilizou, pela primeira vez, elementos da sua força de reação rápida, que inclui militares portugueses, para “evitar transgressões em território da NATO”, perante a invasão russa à Ucrânia, revelou esta sexta-feira a Aliança Atlântica.

“Estamos a mobilizar a força de resposta de defesa coletiva pela primeira vez, para evitar transgressões em território da NATO”, salientou o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.

O responsável falava numa videoconferência com os líderes dos membros da NATO sobre esta força de reação, na qual Portugal participa.

Stoltenberg, que elogiou a capacidade das forças ucranianas, vincou que “a Rússia lançou uma invasão total da Ucrânia com o objetivo declarado de derrubar o governo, invadindo Kiev“.

“Mas os objetivos do Kremlin não se limitam à Ucrânia. Putin exigiu a retirada das forças da Aliança dos territórios de todos os países que aderiram desde 1997”, alertou.

Para o secretário-geral da NATO, a resposta deve passar por “fortalecer a dissuasão e a postura de defesa dos aliados”. “A Aliança ativou seus planos de defesa na quinta-feira e está a mobilizar elementos da sua força de reação rápida”, explicou.

A Força de Reação Rápida da NATO conta com 40.000 soldados e incluiu uma força operacional conjunta de altíssimo nível de prontidão (VJTF), de 8.000 soldados, atualmente comandados pela França. Esta inclui uma brigada e batalhões multinacionais, apoiados por unidades aéreas e marítimas e forças especiais.

Algumas unidades podem estar prontas a moverem-se dentro de dois a três dias.

Em Portugal, o Conselho Superior de Defesa Nacional deu na quinta-feira parecer favorável, por unanimidade, a propostas do Governo para a eventual participação de meios militares portugueses em forças de prontidão da NATO.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta sexta-feira que uma companhia do Exército português composta por 174 militares será enviada para a Roménia “nas próximas semanas”, numa altura de conflito entre a Rússia e Ucrânia.

“Portugal, para além das forças que este ano tem afetas ao comando europeu da NATO, decidiu antecipar do segundo semestre já para o primeiro semestre a mobilização e o empenho de uma companhia de infantaria que atuará na Roménia e que será projetada nas próximas semanas”, avançou o primeiro-ministro.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. É lamentável o nível de resposta da UE perante o ataque militar da Rússia à Ucrânia. Para além das medidas já anunciadas, deveria ter sido logo o congelamento de bens a fim de assegurar a indemnização pelos danos materiais e humanos causados na Ucrânia e igualmente deixar de comprar gás e barris de petróleo à Rússia. Teria consequências ao nível económico mas deixar de aplicar tais medidas também terá consequências a médio e longo prazo e certamente não só económicas.
    Relativemente à intimidação já realizada à Suécia e à Finlândia para não integrar a Nato, isso ultrapassa os limites…, para além de que o ataque militar à Ucrânia é uma violação clara da soberania e do direito internacional. Tais actos mostram que quer continuar a desestabilizar e a violar o direito internacional. A distância física entre a Rússia em relação aos países da Nato mais próximos não justifica que pratique tais actos.

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