Os neozelandeses têm até esta sexta-feira para entregar armas de fogo proibidas ao abrigo de uma medida de recompra obrigatória, instaurada pelo Governo na sequência do pior ataque terrorista no país. Mas nem todos os proprietários entregaram as armas, colocando em dúvida a eficácia deste método.
Como noticiou o Expresso, o Governo da Nova Zelândia proibiu armas semiautomáticas e armas de fogo de estilo militar de alta potência, no seguimento do ataque em Christchurch, a 15 de março, no qual um homem armado matou 51 pessoas em duas mesquitas. O julgamento de Brenton Tarrant deverá começar em junho de 2020.
Este método, adotado pela primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, foi instaurado pela Austrália na década de 1990. O seu Governo disponibilizou cerca de 100 milhões de euros para compensar os proprietários de armas no ato de entrega.
Contudo, segundo a polícia, embora 47 mil armas de fogo tenham sido recolhidas e outras duas mil modificadas para se tornarem legais, uma avaliação encomendada pelo Governo estima que o número de armas proibidas possa estar entre as 50 mil e as 170 mil. Até este ano o país não tinha um registo de armas semiautomáticas de estilo militar.
Com o prazo a ser alcançado, o Conselho de Proprietários de Armas de Fogo Licenciadas classificou esta semana o programa de recompra como “um fracasso absoluto”, visto que cerca de dois terços das armas proibidas após o massacre não foram entregues.
As autoridades recusaram prolongar o período para a recompra das armas. Os incumpridores estão sujeitos a penas de prisão de cinco anos.