Nova vespa asiática apareceu a 175km de Portugal

Apareceu uma nova vespa-asiática na Europa, nas Astúrias, a cerca de 175 quilómetros de Portugal. Apesar de as picadas não serem tão perigosas como as de vespas europeias, a ameaça está no impacto ambiental e económico.

As vespas gigantes do sul (Vespa soror), nativas da Ásia, foram avistadas pela primeira vez na Europa, bem perto de Portugal.

Um estudo publicado na semana passada na Ecology and Evolution confirmou tratar-se desta espécie, nunca antes vista no Velho Continente.

Entre 2022 e 2023, investigadores da Universidade de Oviedo, em Espanha, capturaram quatro destas vestas, acidentalmente, em armadilhas para vespas em El Campo, Granda, Siero, nas Astúrias.

Em linha reta, este local fica a aproximadamente 175km da fronteira com Portugal.

Normalmente encontrada em países quentes da Ásia, como China, Índia e Tailândia, Vespa soror é uma das maiores vespas do mundo, com operárias de até 35 mm e rainhas que podem alcançar 46 mm.

Como escreve a New Scientist, esta espécie está intimamente relacionada com a Vespa mandarinia, ou vespa gigante do norte, introduzida na América do Norte em 2019, mas aparentemente erradicada.

Outra espécie asiática, a vespa-de-patas-amarelas (Vespa velutina), já se tinha espalhado por grande parte da Europa – inclusivamente em Portugal – causando prejuízos significativos à apicultura.

Se as vespas gigantes do sul se estabelecerem na Europa, podem exercer uma pressão sobre espécies locais, como a Vespa crabro, além de ameaçarem abelhas melíferas europeias, como a Apis mellifera, que não têm defesas contra estes tipo de predadores.

Apesar de as suas picadas não serem tão perigosas para humanos como as de vespas europeias, a ameaça está no impacto ambiental e económico.

Os investigadores acreditam que a espécie chegou a Espanha como clandestina num carregamento, mas que ainda não está disseminada. “É provável que existam apenas algumas colónias nas proximidades da localidade onde a encontrámos”, afirma, à New Scientist, o líder da investigação, Omar Sánchez Fernández.

“Embora os apicultores da zona nos tivessem dito que tinham visto vespas estranhas, foi uma surpresa descobrir esta espécie”, confessou.

É crucial agir rapidamente para evitar que se espalhe, como ocorreu com a Vespa velutina: “Se não forem erradicadas a tempo, acreditamos que podem espalhar-se pelo norte de Espanha e pela costa atlântica europeia, como já aconteceu com a Vespa velutina” – chegando a Portugal.

A remoção de ninhos é a melhor estratégia, mas localizar ninhos subterrâneos é neste momento o desafio central. A equipa continua a fazer buscas e a monitorizar a presença desta espécie, para conter esta potencial invasão.

ZAP //

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