Caso raro de sobrevivência: descoberta em Espanha costela humana com flecha espetada

Maria D. Guillén / IPHES-CERCA

Ponta de seta de sílex incrustada numa costela humana, encontrada no sítio Roc de les Orenetes, Espanha

Uma costela humana com 4.000 anos foi descoberta na parte espanhola dos Pirenéus. Tinha espetada a ponta de uma flecha. Relata um ataque violento e um caso raro de sobrevivência.

Uma costela humana com 4000 anos foi descoberta no alto dos Pirenéus. É de alguém que sobreviveu a violento ataque de flechas.

Num estudo publicado no American Journal of Biological Anthropology em 2024, um grupo de arqueólogos detalhou a análise dos esqueletos humanos recuperados da gruta Roc de les Orenetes, no nordeste de Espanha.

Agora, um comunicado divulgado na semana passada pelo Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social (IPHES) revelou que o trauma brutal não foi letal. O indivíduo sobreviveu, com o osso a cicatrizar à volta do projétil, o que significa que viveu o resto da sua vida com a ponta de seta de sílex incrustada na costela.

Como refere a Live Science, as escavações estão a decorrer em Roc de les Orenetes, nos Pirenéus catalães, desde 2019.

Lideradas por Carlos Tornero, arqueólogo da Universidade Autónoma de Barcelona, as escavações no local da caverna produziram mais de mil ossos humanos até agora, e a datação por carbono coloca os enterros em cerca de 4.100 a 4.500 anos atrás.

No estudo de 2024, os investigadores determinaram que pelo menos 51 pessoas de várias idades e de ambos os sexos foram enterradas na gruta Roc de les Orenetes. Pelo menos seis pessoas estiveram envolvidas em lutas mortais.

Mas o homem com a flecha na costela safou-se.

As feridas identificadas nesta análise anterior localizavam-se maioritariamente na parte superior do corpo, em particular nos membros superiores e nas costelas, e diferentes armas e matérias-primas parecem ter sido utilizadas para infligir os ferimentos. Num dos casos, o antebraço de uma pessoa foi amputado.

“Esta evidência representa um comportamento violento recorrente e uma evidência de violência interpessoal localizada na maior altitude dos Pirinéus” – 1.836 metros acima do nível do mar”, escreveram os investigadores, citados pela Live Science.

Mesmo nas condições geográficas mais adversas, os conflitos de pequena escala surgiram claramente e resultaram em ferimentos e morte, observaram.

ZAP //

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