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Nota artística: o Pepe tem um GPS inconclusivo?

Paços de Ferreira. Cidade quase deserta nos últimos dias, com as pessoas a cumprirem as regras. Paços de Ferreira. A cidade que recebeu um campeão quase deserto, com os jogadores a não cumprirem as regras.

Ao olhar para os 22 nomes que apareceram nas equipas iniciais, duas coisas, entre outras, poderiam ser destacadas. O treinador campeão mudou três peças em relação ao compromisso anterior. Seria notícia noutras épocas mas nesta temporada nem é de admirar este trio novo.

Alguns adeptos terão ficado admirados quando viram que Pepe não estava entre esses 22. E também não estava no banco de suplentes. Terá deixado o mapa em casa, agora denominado GPS, e não encontrou o caminho para a Rua do Estádio? Ah pois, já sei o que aconteceu: a Rua do Estádio existe em tantos locais em Portugal… Será que Pepe passou a noite em Navais, na Póvoa de Varzim? Era um bocado ao lado, capitão. Tens um GPS inconclusivo.

E havia também vários reencontros a assinalar. Sérgio Oliveira jogou pelo Paços, Bruno Costa e Fernando Fonseca cresceram no FC Porto. Aliás, três futebolistas que cresceram com as mesmas cores mas, mais tarde, abundaram os desencontros.

Pepe, provavelmente ainda a conduzir na A28, percebeu que estava a fazer falta no relvado quando, logo na fase inicial, a sua equipa sofreu um golo. Chama-se Dor Jan, foi titular pela primeira vez, e marcou logo aos 11 minutos.

E provavelmente fez falta outra vez quando o Paços chegou ao segundo golo. Segundo? Esperem um segundo. Não foi golo, afinal. Jogada invalidada. Protestos. Pepa expulso. O árbitro que tem câmaras à frente voltou a anular uma decisão importante que prejudicaria o FC Porto; e o treinador adversário foi expulso na sequência dessa reversão. Já tinha visto este cenário, recentemente.

Olha, golo do Paços outra vez. Também já vi isto. Deixa ver se vai ser anulado. Não.
Pouco depois, grande penalidade. Bem, tenham calma, senão não consigo anotar tudo para este musical. Penálti, com Eustáquio já no chão a sentir a bola no seu braço. Ah, esta decisão também vai ser anulada. Olha, não foi. Sérgio Oliveira agradeceu e marcou à antiga equipa.

Agora sim, calma: é intervalo. Qual calma? Sérgio Conceição foi para o balneário quase a correr.

Não voltou do balneário a correr. Nem ele, nem nenhum jogador portista. O FC Porto não voltava! Já passava das 21h45 quando a segunda parte começou. E o jogo teve início às 20h30. Houve sermão ao intervalo?

Se havia três alterações no onze inicial, houve duas para o arranque da segunda parte. Do Japão e da Colômbia vieram caras novas para tentar agitar o ataque de uma equipa em que a defesa não estava bem – perante um adversário que estava muito bem.

Estava e continuou a estar: aflição na área portista e Baixinho não se ergueu o suficiente para marcar; depois mais um penálti, e na mesma área, mas com outra equipa a atacar, com Bruno Costa também a marcar frente à antiga equipa; depois bola nos ferros…da baliza de Marchesín; depois Fernando Fonseca quase marcava à antiga equipa, mas houve grande defesa de Marchesín.

O deserto parecia estar a estender-se mas Otávio deu outro toque à exibição dos portistas. Que golo. Um “disparo” que não fez disparar o ânimo e o esclarecimento do campeão, que perdeu outra vez.

Pronto, acabou.

Ai não, não acabou… Sérgio Conceição vai agora falar com o árbitro. Queria mais do que quatro minutos de compensação, na segunda parte. O árbitro ouviu, não gostou e mostrou cartão amarelo ao técnico, que ainda disse mais coisas e viu o cartão vermelho.

Treinadores expulsos num jogo em Portugal? Quem se admira?

Ó Pepe, ainda estás na Póvoa? Se entrares na A41, ainda chegas a tempo da conferência de imprensa do Pepa, que disse, quase a chorar na direção da lua, o que se justificava dizer: a exibição do Paços de Ferreira foi épica.

NMT, ZAP //

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