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Nobel da Paz atribuído à Campanha Internacional para Abolição das Armas Nucleares

Tim Wright / ICAN Handout / EPA

O Nobel da Paz foi atribuído, esta sexta-feira, à Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN na sigla em inglês), informou o Comité Nobel norueguês, que justificou a decisão com o trabalho feito para a eliminação de armamento nuclear no mundo.

Esta coligação de associações que se estende por cerca de cem países foi uma “força motriz” e um “ator líder da sociedade civil” do movimento contra as armas nucleares e galvanizou esforços para “estigmatizar, proibir e eliminar” este tipo de armamento, aponta a argumentação do prémio.

O Comité sublinhou, como “importante argumento” para a proibição das armas, o “inaceitável sofrimento humano” que provocam e destacou que outros tipos de armamento menos destrutivos como as minas antipessoas, bombas de fragmentação e armas químicas e biológicas já foram proibidas por diferentes tratados.

O Nobel destacou que, a 7 de julho deste ano, 122 países assinaram um tratado internacional contra a proliferação nuclear, mas lamentou que nem “os países que têm armas nucleares nem os seus aliados” o ratificaram, apesar dos EUA, Rússia, Reino Unido, França e China terem dado um primeiro passo neste sentido.

Este prémio, acrescenta a decisão, é “também uma chamada” a estes países para que iniciem “negociações sérias” para a eliminação das 15 mil “armas nucleares que há em todo o mundo”.

A ICAN sucede ao Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, distinguido no ano passado pelos seus esforços na restauração da paz na Colômbia.

À semelhança dos restantes, o Nobel da Paz tem um prémio de nove milhões de coroas suecas (cerca de 943.784 euros).

O anúncio deste ano foi a estreia à frente do Comité Nobel de Berit Reiss Andersen, que chegou ao cargo depois da morte de Kaci Kullmann Five, ex-líder conservadora norueguesa, em fevereiro deste ano.

O prémio da Paz fecha os anúncios do Nobel desta semana, que começou na segunda-feira com o de Medicina para os cientistas norte-americanos Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young, por descobrirem os mecanismos do “relógio biológico interno”.

No dia seguinte, foi conhecido o Nobel da Física para os americanos Rainer Weiss, Barry C. Barish e Kip S. Thorne pelo seu trabalho na deteção de ondas gravitacionais e, na quarta-feira, foi atribuído o Nobel da Química aos investigadores Richard Henderson, Joachim Frank e Jacques Dubochet pelo estudo da estrutura de biomoléculas.

Esta quinta-feira, foi a vez do Nobel da Literatura, atribuído ao escritor britânico de origem japonesa Kazuo Ishiguro, em reconhecimento da “força emocional” dos seus romances.

Na próxima segunda-feira, será conhecido o Nobel da Economia, o último destes prestigiosos galardões.

A entrega dos prémios vai realizar-se a 10 de dezembro, no aniversário da morte do fundador dos galardões, Alfred Nobel, numa dupla cerimónia na Câmara Municipal de Oslo, onde se entrega o Nobel da Paz, e no Konserthus de Estocolmo, onde serão entregues os restantes galardões.

ZAP // Lusa / EFE

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