Nigel Farage entrou em ação na campanha de Donald Trump

European Parliament / Flickr

O líder do UKIP, Nigel Farage

O ex-líder do UKIP, Nigel Farage

O ex-líder do eurocético e anti-imigração UKIP, participou esta quarta-feira numa ação de campanha do candidato republicano à Casa Branca e lançou um apelo para que se vença o poder que Washington representa.

Na iniciativa em Jackson, no Mississípi, o candidato republicano apresentou Nigel Farage como o “brilhante” artífice do Brexit, a opção tomada pelo Reino Unido de abandonar a União Europeia.

“Vim do Reino Unido com uma mensagem de esperança e otimismo”, disse o político britânico, instando os simpatizantes de Donald Trump a trabalhar para “vencer as sondagens, vencer os comentadores e vencer Washington“, assim como os grandes bancos e multinacionais.

“Tudo é possível se houver gente decente suficiente para combater o poder”, disse Farage, de 52 anos, que renunciou à liderança do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) depois de sair vitorioso do referendo de junho, considerando que havia cumprido o objetivo da sua vida.

Farage também exortou os republicanos a não caírem no desânimo e recordou que as sondagens realizadas no mesmo dia do referendo no Reino Unido condenavam o “Brexit” a uma clara derrota, o que não veio a acontecer.

“Chegamos a essas pessoas que nunca tinham votado – mas acreditem em mim – ao votar pelo Brexit recuperaram o controlo do seu país, das suas fronteiras, recuperaram o orgulho e a autoestima”, afirmou o eurodeputado.

Farage também endereçou uma mensagem ao Presidente dos Estados Unidos, que esteve em Londres a convite do ex-primeiro-ministro britânico David Cameron para fazer campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia.

“A carta que o nosso primeiro-ministro decidiu jogar no referendo foi convidar um visitante estrangeiro a ir a Londres. Sim, Barack Obama visitou-nos. Subestimou-nos, tratou-nos como se não fossemos nada”, apontou.

O ex-líder do UKIP, que afirmou que não pretendia assemelhar a Obama intrometendo-se em assuntos de outros países, disse ainda que se fosse norte-americano não votaria em Hillary Clinton “nem que lhe pagassem”.

A aparição de Farage, conhecido pelas suas ideias anti-imigração, na campanha eleitoral chega numa altura em que Trump tenta moderar o seu discurso para se afastar do estigma “racista” e seduzir o voto hispânico e afroamericano.

/Lusa

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