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O “neo-medievalismo” promete ser a tendência que vai dominar 2025

Desde a moda até à decoração de interiores, está a notar-se um ressurgimento da inspiração medieval no consumo. A tendência é vista como uma rejeição da cultura moderna focada na tecnologia.

De acordo com um relatório da agência criativa Wonderhood Studios, sediada no Reino Unido, a adoção da estética, das tradições e das práticas medievais está pronta a dominar as tendências de consumo em 2025.

Este movimento reflete um anseio de nostalgia e uma rejeição da cultura hiper-moderna e orientada para a tecnologia.

Jack Colchester, diretor de dados e informações da Wonderhood, descreve o neo-medievalismo como um antídoto para a cultura da Internet, orientada por algoritmos. “O futuro é medieval”, afirma Colchester.

A tendência engloba várias facetas da vida medieval: mantos, ferraria e até o ressurgimento do hidromel – a antiga bebida alcoólica à base de mel.

O hidromel, popularizado por programas como Game of Thrones, teve um impulso significativo no mercado, com vendas projetadas para crescer de 592 milhões de dólares em 2024 para 1,4 mil milhões de dólares em 2032.

Os relatórios de mercado destacam o seu atrativo como uma opção com baixo teor de álcool e amiga do ambiente.

A moda de inspiração medieval também já ganhou força. Nos MTV VMAs do ano passado, estrelas pop como Camila Cabello e Chappell Roan usaram acessórios medievais, enquanto Natalie Portman usou um vestido Dior inspirado em cota de malha no Festival de Cinema de Deauville.

Do mesmo modo, as previsões de tendências para 2025 do Pinterest destacam o “castlecore” na decoração da casa e na moda, com pesquisas de termos como “núcleo medieval” e “colar de cota de malha” a registar um crescimento de dois dígitos, assinala a Business Insider.

Na música, os utilizadores do TikTok estão a adotar o “Bardcore”, músicas de estilo medieval com harpas, gaitas de foles e espadas em confronto. A Teenage Engineering lançou mesmo uma máquina de batidas com efeitos sonoros medievais, demonstrando o alcance criativo desta tendência.

Colchester argumenta que o neo-medievalismo reflete uma rejeição da hiper-modernidade. Com a proliferação de conteúdos gerados por IA, destacar-se requer escolhas ousadas e criativas.

Esta tendência, embora lúdica, sublinha uma mudança cultural mais profunda. “A referência criativa em 2025 será: chegar a lugares que a IA não conseguiu”, observa Colchester.

Ao abraçar as tradições medievais, os consumidores estão a procurar o equilíbrio entre o antigo e o novo. Como Colchester diz, “a única forma de se destacar é aceitar ser uma pessoa que procura atenção sem vergonha – e entrar corajosamente na sua era de bobo da corte neo-medieval”.

ZAP //

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