NASA garante que em 10 anos descobriremos vida extra-terrestre

NASA

A NASA está a explorar o nosso Sistema Solar e além a fim de compreender o funcionamento do Universo, em busca de água e vida entre as estrelas.

Há vida fora da Terra? Aparentemente sim, e provavelmente iremos descobrir a sua existência nos próximos 10 anos. Segundo a cientista-chefe da NASA, Ellen Stofan, teremos registos de vida noutros outros planetas até 2025.

Ellen Stofan acredita que serão encontrados sinais de vida fora da Terra durante a próxima década, e que nos próximos 20 anos teremos provas irrefutáveis de vida extra-terrestre.

“Sabemos onde procurar. Sabemos como procurar”, afirmou Stofan, num debate transmitido na NASA TV sobre a possibilidade de encontrar outros “mundos habitáveis”.

“Na maior parte dos casos, nós já temos a tecnologia e estamos a caminho de a poder usar para encontrar vida extra-terrestre”, acrescentou a cientista-chefe da NASA, citada pela BBC.

“Estamos definitivamente no caminho certo para o conseguir.”

De que estamos à procura? E onde?

As primeiras descobertas de vida fora da Terra provavelmente estão mais perto do que imaginamos, mas não serão homenzinhos verdes em naves espaciais. Serão, provavelmente, alguma espécie de plâncton ou de alga. Se calhar, verde.

Sabemos já que há muita água no Sistema Solar. É quase certo que existam oceanos de água salgada sob as conchas geladas das luas de Júpiter, Europa e Ganimedes, assim como na lua de Saturno, Encelado.

A água é mantida líquida pela gravidade intensa dos planetas gigantes onde as luas orbitam, que os deforma e contribui para o aquecimento dos seus núcleos.

NASA / Flickr

A geóloga Ellen Stofan, cientista-chefe da NASA

Acredita-se que Encelado tenha actividade vulcânica nas profundezas de seu oceano, o que manteria a água aquecida a uma temperatura de 93º.

E calcula-se que haja mais água nos oceanos das três luas do que todos os oceanos da Terra juntos.

Não é ainda possível saber se lá há vida – mas são óptimos sítios para começar a procurar.

E também há Marte, é claro.

É quase certo que o planeta vermelho teve oceanos, algures no seu passado distante, e há provas fotográficas de que ainda existe muita água escondida sob a superfície. Às vezes a água borbulha e forma rios temporários.

O rover Curiosity, veículo construído pela NASA para explorar a superfície de Marte, descobriu recentemente “moléculas orgânicas que contêm carbono”.

Isso significaria “blocos de vida em construção”. É deles que nós somos feitos.

No entanto, água e moléculas não significam vida.

(dr) NASA

O rover Curiosity, o veículo que a NASA desenvolveu para a exploração de Marte

Confiança na descoberta

A NASA traçou como objectivo enviar astronautas a Marte até 2030, um passo que Ellen Stofan acredita que será a “chave” para procurar sinais de vida.

“Mesmo com as câmaras de alta tecnologia do Curiosity, encontrar fósseis com o rover é muito difícil – às vezes é preciso procurar debaixo da pedra, não na pedra em si”, diz Stofan.

“Sou uma geóloga. Saio para o campo e abro rochas à procura de fósseis”, acrescenta.

“A certa altura, será mesmo vital colocar humanos na superfície de Marte – geólogos, astrobiólogos, químicos – para procurar provas da existência de vida, que se possam trazer de volta para a Terra para a comunidade científica analisar”.

A expectativa dos cientistas não é elevada. Se houver vida em Marte, provavelmente serão acidófilos – ou algo igualmente estranho e fascinante.

Mas se houver algures lá por cima homenzinhos verdes que teimam em não aparecer por cá, mais cedo ou mais tarde iremos nós pregar-lhes uma visita.

ZAP / BBC