A culpa de Zeinal Bava na Portugal Telecom (PT) foi aceitar “a estratégia definida pelos accionistas”, considera Murteira Nabo, o ex-presidente da telefónica, que não põe as mãos no fogo pelo gestor que ele próprio contratou. “Não sei se é corrupto, nem quero saber”, diz.
Declarações proferidas numa entrevista ao programa da TSF “A Vida do Dinheiro”, onde Francisco Murteira Nabo, ex-ministro e ex-presidente da Galp e da PT, aborda a realidade recente da empresa de telecomunicações, em particular o papel de Zeinal Bava nas decisões que levaram ao seu colapso.
Murteira Nabo assume que não sabe se Bava é responsável pelos crimes de corrupção de que o acusam, no âmbito da Operação Marquês, mas, em termos de gestão, considera que ele é, no fundo, uma vítima das decisões dos accionistas da PT.
“Não sei se é corrupto, nem quero saber“, nota o ex-ministro citado pela TSF.
“A estratégia foi errada e o Bava foi apanhado por isso. Se sabia, ou se não sabia, não sei dizer”, acrescenta.
“O grupo empresarial PT definiu estratégicas que a levaram à venda da Vivo. Ora uma empresa que vende uma subsidiária que representa 60% do volume de vendas e 40% dos lucros, que tem 55 milhões de clientes, e que fica sem o dinheiro e sem a indústria, o que é que quer que aconteça?”, questiona Murteira Nabo.
Sublinhando que Zeinal Bava, que foi contratado por ele para a PT, “era um excelente profissional”, Murteira Nabo conclui que “como gestor, o erro que terá cometido é ter aceite uma estratégia ruinosa para a empresa“.
“A culpa não é dele, é dos accionistas que decidiram uma política de dividendos altos e redução dos investimentos”, prossegue o ex-presidente da PT.
“Não deixava o BES apodrecer tanto”
Recentemente designado para o Conselho Consultivo do Banco de Portugal, Murteira Nabo também fala das decisões tomadas pelo órgão supervisor e pelo governo, no âmbito da crise financeira que vem assolando o sector bancário nacional.
Para o ex-ministro, o “Banco de Portugal e o Governo” cometeram “um erro” quando se detectou que “a banca estava cheia de imparidades, que o país e as empresas estavam endividados” e não se fez como na Irlanda e em Espanha, ou seja, “criar um banco mau”.
“Empurrámos o assunto com a barriga, convencidos que se resolveria. Mas não resolveu, e o que aconteceu foi termos bancos a cair ao longo dos tempos”, destaca Murteira Nabo.
O ex-presidente da PT acrescenta que o governo de António Costa está também, “a empurrar com barriga alguns problemas estruturais, que não se podem resolver ou não se querem resolver”.
“Não vale a pena pensar que há milagres na economia, pois não há“, avisa.
Sobre a queda do BES, o ex-ministro assume que, no lugar do Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, teria “decidido mais cedo”. “Não deixava apodrecer tanto”, destaca numa clara crítica à actuação do dirigente do órgão supervisor.
Nunca percebi como um investimento de 900 milhões de Euros escaparam ao escrutínio do CEO da empresa.
Será que este sabia? Ou melhor ainda… Já alguém sabe quem investiu este dinheiro todo no BES?
Acho que as dúvidas do Sr. Murteira Nabo, ñ deixa dúvidas de que zeinal bava resvalou. A culpa ñ tem nada a ver c/as facilidades que os accionistas lhe quiseram proporcionaram.
Uma mão lava a outra , no fundo todos beneficiam com a roubalheira, o velhinho zé-povinho paga,tão simples quanto isto e tudo o que for além é pura ficção.Portugal perdeu a capacidade de luta a não ser com gays, aí sim, é notória a evolução….hahahahahahahahahha